A “A.C.I.MA.” – dando continuidade ao projeto de mapeamento dos artistas e escritores brasileiros - “Vitrine do Artista Brasileiro no Exterior”, iniciado em setembro de 2011, com entrevistas dirigidas inicialmente para os artistas e escritores brasileiros residentes no exterior, dá início ao segundo ciclo do projeto de entrevistas para a “Vitrine do Artista Brasileiro”, com os artistas e escritores associados A.C.I.MA. que contribuem para a divulgação e valorização da Arte & cultura brasileira no exterior.
O projeto “Vitrine do Artista Brasileiro” da A.C.I.MA. abraça
a arte e a cultura dos povos migrantes em todas as suas formas e manifestações
– sejam elas, musicais, literárias, teatrais, artes plásticas, cinema, dança,
fotografia, folclore, enfim, todas as expressões artísticas brasileiras.
A.C.I.MA. Entrevista a escritora SANDRA NASCIMENTO!
A.C.I.MA. – Bem Vinda SANDRA NASCIMENTO, é uma
honra tê-la conosco na Vitrine do Artista Brasileiro. Primeiramente,
gostaríamos de saber um pouco sobre você: de onde vem, qual sua terra natal?
Onde vive atualmente? Além da escrita, que trabalho ou hobby desenvolve?
S. N. – Eu sou paulista, mais precisamente do
interior do estado. Nasci na cidade de Sorocaba e ainda vivo nela. Só saí para
estudar, no caso fui para São Paulo. Fui e depois voltei pra terrinha. Além da
escrita, produzo documentários em vídeo e tenho nisso a minha atividade profissional
mais importante.
A.C.I.MA. – Como e quando se dá o seu primeiro
contato com a escrita? Sobre qual tema você escreve? De onde vem as inspirações
para suas obras literárias? Poderia nos contar um pouco sobre seu processo
criativo?
S. N. – O primeiro contato se deu na infância, com o incentivo de professores e de livros de
histórias que prendiam a minha atenção, como o Sítio do Pica-pau Amarelo, do escritor Monteiro Lobato. Mas o
momento mais importante se fez quando descobri que por meio da escrita eu
poderia ter uma profissão, então escolhi Jornalismo e me pus em ação, fui
buscar o sonho. Para o meu trabalho, a inspiração vem do cotidiano, do modo de
vida das pessoas, dos lugares, das memórias relegadas e até muitas vezes
esquecidas. Procuro contar a história que ainda precisa ser contada, creio que
sempre existe uma tarefa nisso e me disponho a executá-la. Quanto aos temas,
são sociais, sobre Arte, justiça, expressões várias, ideias que partem de
observações, viram pautas, projetos e depois emergem como reportagem, crônica,
um livro, um filme, um poema.
A.C.I.MA. – Qual foi a pessoa que primeiramente acreditou
em seu talento? E qual outra linguagem da Arte tem o seu interesse?
S. N. – O meu
pai, seu Geraldo Antônio Nascimento, foi a pessoa que mais abriu as
possibilidades para os possíveis dons, porque de uma maneira simples ele
conseguia dar asas aos meus sonhos: brincava muito, nos levava sempre além do
nosso quintal, não impunha limites desnecessários e nem fazia distinção entre
meninos e meninas, coisa comum na época. Penso que suas atitudes fizeram com
que eu acreditasse em mim. Ele, que era de poucas palavras, dizia que na vida é
preciso acreditar em si e sonhar muito, para realizar pelo menos um pouco.
Creio que só um pouquinho. Nada fácil.
A.C.I.MA. – O que você acha que seria
prioritário fazer para criar oportunidades para valorizar e divulgar o trabalho
dos escritores e artistas brasileiros no Brasil e no exterior?
S. N. – Em primeiro lugar, acredito na internet como aliada democrática para divulgar os novos artistas, por meio de blogs e salões virtuais que permitam que todos participem e exponham seus trabalhos. Nesse ambiente é possível até mesmo promover concursos, desde que uma comissão de pessoas experientes seja destacada para conferir prêmios aos resultados mais expressivos. Ainda que os prêmios se apresentem apenas como medalhas ou certificados virtuais. A divulgação dos premiados poderia vir acompanhada de crítica pertinente que oferecesse uma referência de qualidade ao público. Para maior interação, as associações ligadas à cultura poderiam priorizar a organização de seminários que apresentassem produtos culturais às comunidades. Como, por exemplo, livros impressos, e-books ou mostras de música, fotos, vídeos, cinema, poesia e teatro. Por outro lado, seria muito importante que os governos promovessem formas de aproximação entre artistas e público, através de feiras de arte e literárias, abrindo desse modo mais espaço para os novos. Interessante também se os governos passassem a escolher os livros paradidáticos a partir de concursos públicos, dos quais todos os escritores, famosos ou iniciantes, pudessem participar.
A.C.I.MA. – Na sua opinião, qual o maior obstáculo que
encontra o escritor brasileiro para ingressar no universo literário? Como você
divulga o seu trabalho? Onde é possível adquirir seus livros?
S. N. – Observo que existem grandes dificuldades para se publicar
um livro. A primeira delas e a falta de um incentivo cultural ou de um
patrocinador que permita a publicação. Autores novos não costumam ter chances
nas editoras, que preferem apostar em best-sellers internacionais com o
marketing agregado (“vendeu tantas cópias nos Estados Unidos”, “está na lista
dos mais vendidos na Inglaterra”). Senso assim, ao autor desconhecido restará
buscar recursos através de leis de incentivo ou financiar a publicação do
próprio livro. Sem esquecer que depois ele vai enfrentar a falta de meios para
distribuição e a falta de interesse dos órgãos de imprensa em divulgá-lo. Fatos
como esses impedem que os lançamentos tenham boa repercussão. É tenso. Mas
agora, com a internet, surgem novos caminhos, como editoras on line que se
dispõem a fazer edições impressas a pedido (on demand), ou a possibilidade de o
próprio autor publicar seu e-book diretamente no Amazon, por exemplo, e
divulgá-lo nas redes sociais. Esses são meios bem plausíveis para a
viabilização de vendas de livros. Quanto aos meus produtos culturais, são
vendidos pela internet e seguem pelo correio. Os vídeos com temas de interesse social estão todos no
Youtube.
Mais informações: sandranascimento@globo.com
A.C.I.MA. – Que conselho daria a quem está dando os
primeiros passos no universo literário?
S. N. – Diria para persistir no ideal, buscando
maneiras criativas de se expressar e procurando sempre aprimorar o resultado. É
importante não esquecer que a principal preocupação de um autor deve ser a sua
obra e não o marketing ou a divulgação.
A.C.I.MA. – Qual sua opinião sobre o momento
“economicamente feliz” que o Brasil está vivenciando atualmente? Segundo seu
ponto de vista será duradouro? Qual é o seu objetivo literário no momento?
S. N. – Eu vejo um Brasil melhor, mas ainda há muito por
conquistar. Só não podemos impor aos governos atuais que resolvam em quatro ou
oito anos, problemas criados ao longo de muito tempo de história. Isso seria
ingenuidade ou ignorância da parte de quem o fizesse. O momento “economicamente
feliz” colocou o Brasil num outro patamar, e o mundo notou. Ocorre que seguimos
a nossa rotina a passos de formiga, porque temos muito a aprender. Enquanto
cidadãos, precisamos ser mais tolerantes, menos preconceituosos e mais leais ao
que pertence a todos. E os governos, por sua vez, precisam voltar urgentemente
os seus olhos à educação integral. Essa deve ser a prioridade e a forma digna
de mostrar o caminho de conquista ao respeito – valor único que pode impedir
que o país continue a ter tantos problemas de ordem moral. Creio que a
estabilidade econômica só poderá ser alcançada em decorrência de atitudes
políticas como esta.
Quanto ao meu objetivo literário no momento,
trata-se de um livro com abordagem sobre a liberdade de expressão no Brasil.
História que está sendo escrita em parceria com o jornalista José Carlos
Finessi, também meu esposo.
A.C.I.MA. – Poderia nos falar um pouco sobre
suas obras, seu percurso, e particularmente sobre a experiência de divulgar
suas obras no exterior?
S. N. – Eu sou jornalista, estou na profissão há
mais de 20 anos e todo o meu trabalho mais conhecido é voltado a temas sociais.
Nesse tempo atuei em reportagens, edições,
revistas, jornais de empresas e vídeos. Só mais recentemente tive a
oportunidade de escrever e publicar um livro. Trata-se de um livro-reportagem
cuja ideia nasceu com a produção de um documentário sobre o circo-teatro,
intitulado Circo-teatro, Alegria do Povo,
produção da Loja de Ideias, minha agência de comunicação. Antes, eu já havia
trabalhado em outros documentários, mas esse tema precisava ir além dos limites
impostos pela edição de vídeo. Então emergiu o livro Barreiras, Palhaços, Galãs e Comparsaria, e essa oportunidade me
deixou ainda mais encantada com a escrita. Sonhos de escrever livros sempre
existiram e ainda existem. Mas por enquanto só posso dizer que sigo com
esperanças. Sobre a divulgação do meu trabalho no exterior, se fez através da
Associação Mandala e do Varal do Brasil. Com relação a isso, eu só tenho a
agradecer à Mariana Brasil (na Itália) e à Jacqueline Aisenman (na Suíça), pela
dedicação e acolhimento. Ambas, muito contribuem para a dignidade dos nossos
trabalhos e para a integração cultural, tão necessária entre os povos, no atual
momento.
A.C.I.MA. – Quantos livros você publicou? Pode
nos deixar aqui uma bibliografia (título/Ano de publicação/ Tema e público
alvo/ Em uma frase a mensagem de cada obra.
S. N. – Como expliquei,
publiquei apenas um livro até agora. Mas deixo aqui suas devidas referências e
alguns links no Youtube dos principais documentários produzidos pela minha
agência. São eles:
A.C.I.MA. – Se desejar deixe-nos uma mensagem, frase,
reflexão ou poesia de sua autoria, por favor!
Juntamente com o agradecimento à
Mariana Brasil, vou deixar um poeminha publicado na Antologia Pensieri in Parole, da Editora Mandala, em 2013.
PASSEIO
(Outono de 1968)
Estrada
do Ipatinga
Coringa a galope Puxava a charrete Para um passeio com Céu aberto Cheiro de mato Ar fresco Poeira O Sol E depois viriam as outras estrelas... No meio do caminho tinha Pitangas Gabirobas E goiabas Em cercas vivas de gostos e cores Que esperavam sempre Com os galhos caídos à altura de uma menina Bela paragem para o ocaso! Era ali que meu pai – paciente – Afrouxava as rédeas e descansava os olhos Enquanto eu colhia as frutinhas E aprendia o que é Liberdade |
RAPIDINHAS:
A.C.I.MA. – Uma
saudade?
S. N. – Cantigas de roda
A.C.I.MA. – Um
sonho?
S. N. – Ajudar os filhos a realizarem os seus sonhos
A.C.I.MA. – Um
lugar?
S. N. – São Paulo
A.C.I.MA. – Uma
música?
S. N. – My Love (Paul McCartney)
A.C.I.MA. – Uma
tristeza?
S. N. – Pessoas ainda relegadas à fome.
A.C.I.MA. – Um
barulho?
S. N. – De chuva na calha
A.C.I.MA. – Um
cheiro?
S. N. – Da plantação de eucaliptos
A.C.I.MA. – Doce
ou salgado?
S. N. – Doce
A.C.I.MA. – Destino
ou casualidade?
S. N. – Escolhas
A.C.I.MA. – Quente
ou frio?
S. N. – Quente
A.C.I.MA. – Seu
hobby?
S. N. – Atualmente ginásticas
A.C.I.MA. – Comida
preferida?
S. N. – Abobrinha recheada
A.C.I.MA. – O
que ama?
S. N. – A lealdade
A.C.I.MA. – O
que não ama?
S. N. – Indiretas
A.C.I.MA. – Um
livro?
S. N. – O Tempo
e o Vento – Érico Veríssimo
A.C.I.MA. – Um
filme?
S. N. – “Dança
Comigo”, mas o original
japonês. Direção: Masayuki Suo
A.C.I.MA. – Uma
homenagem?
S. N. – A Nelson Mandela, pelo exemplo.
A.C.I.MA. – Momento
inesquecível?
S. N. – Quando a Ana viu o mar (minha filha)
A.C.I.MA. – Três
coisas fundamentais para ser feliz:
S. N. – Cooperar com o outro. Sorrir sempre. Ouvir
música.
A.C.I.MA.
– Muito
obrigada SANDRA NASCIMENTO,
é uma honra ter conosco profissionais com a sua sensibilidade e
responsabilidade social! Parabéns pelo seu lindo trabalho, Sucesso
SEMPRE!
Site ou blog: http://jornalismoforadacaixa.tumblr.com/
Para
ter acesso as entrevistas e conhecer melhor essa geração fantástica
de artistas e escritores que, com Cores & Letras, estão
escrevendo a nossa história, clique nos links abaixo. Boa leitura.
EXTERIOR
A.C.I.M.A
entrevista GEOVANA CLÈA ( Itàlia)
|
A.C.I.M.A entrevista ANA MIQUELIN
( Itàlia)
|
A.C.I.MA. entrevista FÁTIMA FREITAS (Suíça)
|
A.C.I.MA. entrevista MARA PARRELA (Holanda)
|
A.C.I.MA. entrevista LÚCIA AMELIA
BRÜLLHARDT (Suíça)
|
A.C.I.MA. entrevista JACQUELINE
AISENMAN (Suíça)http://acimamandala.blogspot.com/2012/02/acima-entrevista-escritora-jacqueline.html
|
A.C.I.MA. entrevista MARCOS
BORGES (Dinamarca)
http://acimamandala.blogspot.it/2012/03/acima-entrevista-marcos-borges.html |
A.C.I.MA. entrevista JOSANE MARY
AMORIM (Holanda)
|
A.C.I.MA. entrevista MÁRCIA
ROCHA (Itália)
http://acimamandala.blogspot.it/2012/08/a-acima-entrevista-marcia-rocha.html |
A.C.I.MA. entrevista ROSENI
KURÀNYI (Alemanha)
|
A.C.I.MA. entrevista JACILENE
BRATAAS (Noruega)
|
A.C.I.MA. entrevista ALEXANDRA
MAGALHÃES ZEINER (Alemanha)
|
A.C.I.MA. entrevista EVANDRO RAIZ
RIBEIRO (Japão)
|
A.C.I.MA. entrevista a escritora ROSEMARY
MANTOVANI (Itália)
|
A.C.I.MA. entrevista a escritora KARINA
MARTINELLI (Irlanda)
|
A.C.I.MA. entrevista a escritora BETI
ROZEN (EUA)
|
A.C.I.MA. entrevista a escritora LIGIA
BRAZ (ALEMANHA)
|
A.C.I.MA. entrevista o escritor Sérgio, BEIJA-FLOR-POETA (ALEMANHA)
|
A.C.I.MA. entrevista o escritora NELSI
EMILIA TORRES STOCKER (Suíça)
|
BRASIL
A.C.I.MA. Entrevista a escritora FLÁVIA ASSAIFE.
A.C.I.MA. Entrevista o Escritor VALDECK ALMEIDA DE JESUS
A.C.I.MA. Entrevista o Professor e Escritor FRANCISCO EVANDRO DE OLIVEIRA
(Farick).
A.C.I.MA. Entrevista a Escritora HEBE C. BOA-VIAGEM A.
COSTA http://acimamandala.blogspot.it/2013/12/acima-entrevista-hebe-c-boa-viagem-costa.html
A.C.I.MA. Entrevista a Escritora GRECIANNY CARVALHO
CORDEIRO
A.C.I.MA. Entrevista a Escritora ANA CRISTINA COSTA
SIQUEIRA
A.C.I.MA. Entrevista a Escritora DULCE AURIEMO
A.C.I.MA. Entrevista a Escritora JÔ MENDONÇA
ALCOFORADO
A.C.I.MA. Entrevista a Escritora VERA SALBEGO
A.C.I.MA. Entrevista a Escritora IZABELLA PAVESI
http://acimamandala.blogspot.it/2014/02/acima-entrevista-escritora-izabella.html
A.C.I.MA.
Entrevista a Escritora SANDRA NASCIMENTO http://acimamandala.blogspot.it/2014/02/acima-entrevista-escritora-sandra.html
E continua...
Se você é um artista brasileiro e deseja participar do Projeto “Vitrine do
Artista Brasileiro no Exterior”, escreva para:
Nessun commento:
Posta un commento