giovedì 1 novembre 2012

A“A.C.I.M.A.” entrevista a escritora Alexandra Magalhães Zeiner, residente na Alemanha.






“A.C.I.M.A.” – Associação Cultural Internacional Mandala entrevista a escritora Alexandra Magalhães Zeiner, residente na Alemanha.

A “A.C.I.M.A.” – Associação Cultural Internacional Mandala, sediada na Itália, desde 2011está realizando o mapeamento dos artistas brasileiros residentes no exterior. Este projeto “Vitrine do Artista Brasileiro no Exterior” abraça a arte e a cultura dos povos migrantes em todas as suas formas e manifestações – sejam elas, musicais, literárias, teatrais, artes plásticas, cinema, dança, fotografia, folclore, enfim, todas as expressões artísticas brasileiras. 


A.C.I.M.A. – Bem vinda Alexandra! Primeiramente, gostaríamos de saber um pouco sobre você: Sua terra natal? Onde vive atualmente e o motivo que lhe impulsionou a viver fora do Brasil? 
AMZ – Nasci em Fortaleza e ainda na escola decidi que depois de terminar a faculdade trabalharia no exterior. Iniciei o primeiro curso de inglês aos 11 anos e nunca parei de estudar. Por causa da minha carreira, tive que confiar em minhas habilidades de falar outros idiomas para trabalhar em diferentes projetos ao redor do mundo.
Livros sempre foram meus melhores amigos. Foi na escola que eu comecei uma coleção de todos os tipos de livros e revistas em inglês, espanhol, italiano e, mais tarde, em alemão. No momento em que eu terminei a faculdade eu tive que doar a maior parte, pois a mudança de país para país ensina a colocar todos os seus pertences em duas malas!
Hoje em dia, morando entre Viena e Augsburg (sul da Alemanha), quando mostro ao meu filho o que restou da coleção, ele começa a arrumar sua pequena mochila, pronto para viajar e explorar.
A.C.I.M.A.Como foi sua adaptação e quais as maiores dificuldades que encontrou no exterior? Maiores alegrias? Contou com o apoio de alguma organização que auxilia os imigrantes brasileiros? 
AMZ – Me adaptava a todo lugar, sempre respeitando as diferentes culturas onde vivi, aprendendo com os nativos de cada país os prós e contras de cada lugar. Uma dificuldade foi com a comida, por ser vegetariana muitas vezes tive que fazer dieta forçada ou criar algo diferente com o que tinha no projeto, um aprendizado em si. Outra situação que exigiu minha adaptação foi a mudança para a Europa Central, longe do mar… Amigos da universidade sempre brincavam comigo dizendo que o Rio Danúbio seria suficiente, mas quem já passou por esta experiência conhece esta “saudade do mar”.
Nunca tive contato com qualquer organização para imigrantes brasileiros. Uma vez fui convidada em Viena para participar de uma reunião sobre um “conselho de brasileiros”, mas o que vi e ouvi me decepcionaram. Ouve mais confusão que discussão sobre temas importantes para todos presentes. Na minha opinião, enquanto este tipo de atitude prevalecer, sempre haverá uma dúvida sobre a seriedade de certas organizações. Por outro lado, somente através deste tipo de experiência aprendemos a “filtrar” informações e informadores. O que seria da luz sem as trevas?
A.C.I.M.A. – Como e quando se dá o seu primeiro contato com a escrita? Sobre qual tema você escreve? De onde vem as inspirações para suas obras literárias? 
AMZ – Na escola era chefe de equipe durante as aulas de história e geografia, amava planejar e escrever nossas apresentações, viajava nos livros. Na faculdade fui bolsista e escrevia relatórios e mais relatórios, teses e trabalhos científicos… Mas foi somente quando comecei a fazer apresentações nas escolas internacionais que reconheci a necessidade de criar livros para despertar o interesse e, ao mesmo tempo, informar as crianças de forma adequada sobre a flora e fauna característica do Brasil, bem como nossos ancestrais, os povos indígenas.
Para meus livros bilíngues, escrevo em português e inglês, me inspiro na minha paixão por mitos e lendas dos povos e índios brasileiros.




A.C.I.M.A. Qual foi a pessoa que primeiramente acreditou em seu talento? E qual outra linguagem da Arte tem o seu interesse? 
AMZ – Amigos da Austrália, Brasil, Estados Unidos, Índia e Holanda foram os primeiros a insistir na publicação do “meu projeto”. Um amigo de Sydney queria fazer um filme documentário sobre o “Filho do boto cor-de-rosa”, mas por questões de saúde teve que abandonar o projeto. Sou muito grata pela energia que eles me enviaram, vozes do mundo, para publicar meu primeiro livro.
Estou trabalhando junto a dois artistas Walde-Mar de Andrade e Silva, do Embú das Artes, em São Paulo e Reinhard “Eichwaldmond”, de Viena, combinado textos e suas mágicas telas. 
A.C.I.M.A.Como você divulga o seu trabalho? O que você acha que seria prioritário fazer para divulgar o trabalho dos artistas brasileiros que vivem no exterior? 
AMZ – No meu caso particolar (mãe e profissional independente) uso de todos os meios possíveis, pois a editora que aceitou meu projeto é americana e eu moro na Europa! Internet, apresentações em escolas e associações, além de contar com a propaganda dos amigos, são os recursos que disponho.
Para uma divulgação do nosso trabalho no exterior será necessário primeiramente o reconhecimento do mesmo. Por exemplo, a Professora Else Vieira, do Reino Unido, e a escritora Mariana Brasil, da Itália organizaram junto ao maravilhoso time do evento FOCUS 2012 em Londres, o primeiro encontro de escritores brasileiros residentes no exterior. Participei do evento e sementes foram plantadas, o processo foi iniciado! Trabalhos de alto nível marcaram este encontro. Esperamos que este tipo de iniciativa possa mostrar a todos os brasileiros, dentro e fora do nosso país, a riqueza da nossa arte, espalhada pelo mundo.


A.C.I.M.A.Propósitos e novidades literárias? 
AMZ – “A menina e a onça-pintada”, meu segundo livro bilíngue será lançado ainda este ano. Judit Fortelny, minha ilustradora, fez um trabalho belíssimo! Aguardem, mas leiam o primeiro também!
Outro propósito no momento è a realização do projeto que idealizei e foi aprovado pela Associação Teuto- Brasileira de Munique: o Projeto Adote um Autor.
PS: Os autores interessados no projeto podem me contatar nos endereços disponìveis no final desta  entrevista para maiores informações.
A.C.I.M.A.Que conselho daria à quem está dando os primeiros passos no universo literário? 
AMZ – Acredite no seu trabalho, na sua mensagem, no seu processo de criação. Comparações são perigosas, cada um faz sua trilha como/com o que pode. Em caso de dúvida pergunte, procure, insista e mantenha sua fé! Foi assim que vi meu projeto ser aceito e meu primeiro livro ser publicado.
A.C.I.M.A.Você pretende voltar a viver no Brasil? Qual sua opinião sobre o momento “economicamente feliz” que o Brasil está vivenciando atualmente? 
AMZ – Não sei, já faz algum tempo que parei de planejar o futuro. Na minha opinião “este momento no Brasil” é visto pelo ângulo que cada um deseja enxergar. Para mim, enquanto houver injustiça ao vivo e a cores, como este projeto gigantesco do Belo Monte ou Belo Monstro, e os outros planejados no meio da floresta, este “estado economicamente feliz” não passa de uma política do pão e circo, criada pelos romanos e copiada, até hoje, por governos do mundo inteiro!
A.C.I.M.A.Qual é o seu objetivo no momento? 
AMZ – Continuar meu trabalho, hoje e sempre, porque como diziam meus queridos avós: quem planta, colhe!
A.C.I.M.A. – Se desejar deixe-nos uma mensagem por favor! 
AMZ – Obrigada a Mariana Brasil e a A.C.I.M.A. por seu apoio. Agradecimentos a minha editora "Educa Brazil", por acreditar no meu projeto, minha ilustradora Judit Fortelny, minha família, fonte de inspiração. Faço um apelo especial a todos leitores e educadores(bilíngues ou não, pequenos e grandes) para ouvirem a mensagem do boto cor-de-rosa; para que a floresta amazônica seja protegida, para nós e para as gerações futuras do nosso planeta.




Rapidinhas: 
ACIMA - Uma saudade?
AMZ Do Atlântico
ACIMA - Um sonho?
AMZ Amazônia, nossas florestas e matas, protegidas para sempre
ACIMA - Um lugar?
AMZ Fernando de Noronha
ACIMA - Uma música?
AMZ Vilarejo, Marisa Monte
ACIMA - Uma tristeza?
AMZ Injustiça
ACIMA - Um barulho?
AMZ De cachoeira
ACIMA - Um cheiro?
AMZ De mata
ACIMA - Doce ou salgado?
AMZ Salgado
ACIMA - Destino ou casualidade?
AMZ Destino (não esquecendo do nosso livre arbítrio)
ACIMA - Quente ou frio?
AMZ Frio
ACIMA - Seu hobby?
AMZ Longas caminhadas nos bosques
ACIMA - Três coisas fundamentais para ser feliz?
AMZ Agradecer diariamente ao universo por tudo na nossa vida
Cuidar de si mesmo (mente, corpo e alma)
Ter fé
ACIMA - Comida preferida?
AMZ Pargo com macaxeira frita (prato típico nas praias do Ceará)
ACIMA - O que ama?
AMZ A Natureza
ACIMA - O que não ama?
AMZ Egos gigantes
ACIMA - Um livro?
AMZ Meu próximo livrinho: A menina e a onça pintada
ACIMA - Um filme?
AMZ Na verdade uma série: Star Trek, Deep Space Nine
ACIMA - Uma frase de sua autoria?
AMZ “Eu faria tudo para proteger o rio e a floresta porque aqui nós todos somos um só.”
Pedro, o filho do boto cor-de-rosa falando para os pesquisadores sobre sua relação com a floresta.
ACIMA – Seu lema?
AMZ “Juntos, somos mais fortes”
ACIMA – Um agradecimento?
A todos os seres mágicos que cruzaram meu caminho, principalmente a todas mulheres e a minha mestra Mathaji Swami Athmarajyam Saraswati, todas parte de “Uma” só. 
Contato e-mail pessoal: pink-dolphin@inode.at
Educa Brazil USA
Vendas Online
Leitura feita em Graz, sul da Autria
Interview about my children book "The Pink Dolphin's Son" "O filho do boto cor-de-rosa"
openbeast.com/931
Varal do Brasil, artigo no Varal do amor, pg. 23
ACIMA – Alexandra, parabéns pelo seu trabalho em prol do mundo maravilhoso que nos hospeda. Muito Obrigada!


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