A “A.C.I.M.A.” entrevista Marcos Borges,
fotógrafo brasileiro residente na Dinamarca.
A “A.C.I.M.A.”
– Associação Cultural Internacional Mandala, através de entrevistas, està
realizando o mapeamento dos artistas brasileiros residentes no exterior.
Este projeto “Vitrine
do Artista Brasileiro no Exterior” abraça a arte e a cultura dos povos
migrantes em todas as suas formas e manifestações – sejam elas, musicais,
literárias, teatrais, artes plásticas, cinema, dança, fotografia, folclore,
enfim, todas as expressões artísticas brasileiras.
A.CI.M.A.–Primeiramente,
gostaríamos de saber um pouco mais sobre você: de onde vem, qual sua terra
natal? Onde vive atualmente, há quanto tempo? E o que o impulsionou a deixar o
Brasil?
Marcos Borges – Sou carioca
de Copacabana. Moro na Dinamarca há 8 anos. Antes, porém, morei na África do
Sul, passei um tempo metido na floresta Amazônica brasileira, fui morar na
Suíça e na Alemanha. Saí do Brasil por motivos de trabalho. Era jornalista. E
como tal, fui para a Cidade do Cabo, na época em que ainda havia o Apartheid.
Tomei gosto pelo ativismo e, de volta ao Brasil, junto com outros, como o sociólogo
Herbert de Souza (O Betinho) fundei o Grupo Pela VIDDA pela causa dos
soropositivos. Trabalhei com crianças de rua no Rio e em Recife. E, na Amazônia
com os ribeirinhos. O contato com ONGs internacionais, várias idas-e-vindas à
Europa, aos poucos fizeram com que eu mudasse de continente. Isso já faz 17
anos.
A.CI.M.A.– Como e
quando se dá o seu primeiro contato com a fotografia? Qual é sua formação?
Marcos Borges – Sou formado
em jornalismo no Brasil e Designer Gráfico na Alemanha. A fotografia me
possibilitou outro meio de comunicação. Com ela eu descobri que posso me
expressar pela estética da imagem, contar estórias num rosto, revelar
intimamente minha visão do mundo. Além disso, ela me coloca em contato íntimo e
direto com o outro. Sou um fotógrafo autodidata. Isso não quer dizer que sou um
devorador de manuais. Eu vou aprendendo conforme a necessidade. Essa
"receita" tem funcionado nos últimos 10 anos em que virei fotógrafo.
A.CI.M.A. – Qual foi a
pessoa que primeiramente acreditou em seu talento?
Marcos Borges– Os amigos,
professores, chefes… Gente
que viu o que eu vinha produzindo para ilustrar meus textos ou meus trabalhos
de design. Uma vez, entrei numa revista de Kart para escrever e acabei fazendo
todas as fotos daquela edição.
A.CI.M.A.– De onde vem as inspirações para suas obras? Quais são suas principais
influências?
Marcos Borges – Minha inspiração vem do contato com o outro. Conhecer a
pessoa por trás da maquiagem é tão importante para mim quanto a luz que vai
registrar aquela imagem. Os fotógrafos e amigos Frederico Mendes e André
Gardenberg foram minha primeira influência. Principalmente na estética da
imagem e o estudo do objeto no quadro.
A.CI.M.A. – Qual outra
linguagem da Arte tem o seu interesse? Música, cinema, teatro, etc...
Marcos Borges – As artes visuais em geral. Escrevi vários roteiros para
curta-metragem. A Música também tem o seu papel indiscutível em preparar o
espírito. Tanto de quem está exposto diante das lentes e luzes como o que
procura revelar a si mesmo por trás da câmera. Posso gastar horas escolhendo
músicas para minhas sessões de foto. Algo que combine comigo e com a pessoa que
vou fotografar.
A.CI.M.A. – Como você
expõe seu trabalho? O que você acha que seria prioritário fazer para divulgar o
trabalho dos artistas brasileiros que vivem no exterior?
Marcos Borges – Faço muitos
retratos de escritores, músicos, personalidades. Portanto, meus trabalhos são
visto em capas de livros, CDs de música, nas várias mídias. Recentemente,
fiz uma exposição de retratos de escritores aqui na Dinamarca. Fotografias
criadas para a comemoração do aniversário do escritor dinamarquês Hans
Christian Andersen. Estou preparando uma outra com tema religião.
Iniciativas
como A.C.I.M.A. são muito importante para que o trabalho do artista brasileiro
no exterior alcance um público além-fronteiras. Aqui na Dinamarca, a Embaixada
do Brasil em Copenhague procura incentivar promovendo eventos e exposições com
obras de brasileiros. Clubes e cafés brasileiros no exterior são outro caminho
para a exposição e venda dos trabalhos artísticos.
Rapidinhas:
ACIMA - Uma saudade?
MB - Surfar cedinho no
Arpoador, Rio.
ACIMA - Um sonho?
MB - Eu sonho sempre
alto. Retratar ícones do nosso tempo no Brasil e mundo afora. Entre eles Nelson
Mandela.
ACIMA - Um lugar?
MB - Monteux, Suíça.
ACIMA - Uma música?
MB - A Lista, Oswaldo
Montenegro.
ACIMA - Uma tristeza?
MB - A perda de alguém que
amo.
ACIMA - Um barulho?
MB - Blocos de rua na porta
de casa.
ACIMA - Um cheiro?
MB - De mar.
ACIMA - Doce ou salgado?
MB -Não como doces.
ACIMA - Destino ou casualidade?
MB - Não acredito na
predestinação como algo inevitável. Mas creio em encontros inesperáveis, que
têm o poder de transformarem nossas vidas, se deixarmos.
ACIMA - Quente ou frio?
M.B. - Suar frio nunca!
Calor sempre.
ACIMA - Seu hobby?
M.B. - Windsurf
ACIMA - Três coisas fundamentarias para ser feliz?
MB - Em primeiro lugar,
amor-próprio. Perceber 'pequenas' belezas a nossa volta, com admiração. Fazer
aquilo que gosta.
ACIMA - Comida preferida?
MB – Feijoada
ACIMA - O que ama?
MB - Estar vivo e viver
intensamente todos os dias.
ACIMA - O que não ama?
MB - A tristeza.
ACIMA - Um livro?
MB - Criação, Gore Vidal
ACIMA - Um filme?
MB - O Brother, Where Art Thou?, Joel Coen.
ACIMA - Uma mensagem?
MB - Acredite que você é
infinitamente mais capaz do que você imagina.
ACIMA - Muito Obrigada
Marcos Borges, parabèns pelo seu lindo trabalho! E luz …Sempre + Luz.
Para contatar e conhecer melhor o
trabalho de Marcos Borges acesse os links abaixo:
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