domenica 4 marzo 2012

“A.C.I.M.A.” entrevista Marcos Borges


A “A.C.I.M.A.” entrevista Marcos Borges, fotógrafo brasileiro residente na Dinamarca.



A “A.C.I.M.A.” – Associação Cultural Internacional Mandala, através de entrevistas, està realizando o mapeamento dos artistas brasileiros residentes no exterior.

Este projeto “Vitrine do Artista Brasileiro no Exterior” abraça a arte e a cultura dos povos migrantes em todas as suas formas e manifestações – sejam elas, musicais, literárias, teatrais, artes plásticas, cinema, dança, fotografia, folclore, enfim, todas as expressões artísticas brasileiras.

A.CI.M.A.Primeiramente, gostaríamos de saber um pouco mais sobre você: de onde vem, qual sua terra natal? Onde vive atualmente, há quanto tempo? E o que o impulsionou a deixar o Brasil?

Marcos Borges Sou carioca de Copacabana. Moro na Dinamarca há 8 anos. Antes, porém, morei na África do Sul, passei um tempo metido na floresta Amazônica brasileira, fui morar na Suíça e na Alemanha. Saí do Brasil por motivos de trabalho. Era jornalista. E como tal, fui para a Cidade do Cabo, na época em que ainda havia o Apartheid. Tomei gosto pelo ativismo e, de volta ao Brasil, junto com outros, como o sociólogo Herbert de Souza (O Betinho) fundei o Grupo Pela VIDDA pela causa dos soropositivos. Trabalhei com crianças de rua no Rio e em Recife. E, na Amazônia com os ribeirinhos. O contato com ONGs internacionais, várias idas-e-vindas à Europa, aos poucos fizeram com que eu mudasse de continente. Isso já faz 17 anos.

A.CI.M.A.Como e quando se dá o seu primeiro contato com a fotografia? Qual é sua formação?
Marcos Borges Sou formado em jornalismo no Brasil e Designer Gráfico na Alemanha. A fotografia me possibilitou outro meio de comunicação. Com ela eu descobri que posso me expressar pela estética da imagem, contar estórias num rosto, revelar intimamente minha visão do mundo. Além disso, ela me coloca em contato íntimo e direto com o outro. Sou um fotógrafo autodidata. Isso não quer dizer que sou um devorador de manuais. Eu vou aprendendo conforme a necessidade. Essa "receita" tem funcionado nos últimos 10 anos em que virei fotógrafo.

A.CI.M.A. Qual foi a pessoa que primeiramente acreditou em seu talento?
Marcos BorgesOs amigos, professores, chefes… Gente que viu o que eu vinha produzindo para ilustrar meus textos ou meus trabalhos de design. Uma vez, entrei numa revista de Kart para escrever e acabei fazendo todas as fotos daquela edição.

A.CI.M.A.De onde vem as inspirações para suas obras? Quais são suas principais influências? 
 
Marcos Borges – Minha inspiração vem do contato com o outro. Conhecer a pessoa por trás da maquiagem é tão importante para mim quanto a luz que vai registrar aquela imagem. Os fotógrafos e amigos Frederico Mendes e André Gardenberg foram minha primeira influência. Principalmente na estética da imagem e o estudo do objeto no quadro. 
 
A.CI.M.A. – Qual outra linguagem da Arte tem o seu interesse? Música, cinema, teatro, etc...
Marcos Borges – As artes visuais em geral. Escrevi vários roteiros para curta-metragem. A Música também tem o seu papel indiscutível em preparar o espírito. Tanto de quem está exposto diante das lentes e luzes como o que procura revelar a si mesmo por trás da câmera. Posso gastar horas escolhendo músicas para minhas sessões de foto. Algo que combine comigo e com a pessoa que vou fotografar.  




A.CI.M.A. – Como você expõe seu trabalho? O que você acha que seria prioritário fazer para divulgar o trabalho dos artistas brasileiros que vivem no exterior? 
 
Marcos Borges – Faço muitos retratos de escritores, músicos, personalidades. Portanto, meus trabalhos são visto em capas de livros, CDs de música,  nas várias mídias. Recentemente, fiz uma exposição de retratos de escritores aqui na Dinamarca. Fotografias criadas para a comemoração do aniversário do escritor dinamarquês Hans Christian Andersen.  Estou preparando uma outra com tema religião. 
Iniciativas como A.C.I.M.A. são muito importante para que o trabalho do artista brasileiro no exterior alcance um público além-fronteiras. Aqui na Dinamarca, a Embaixada do Brasil em Copenhague procura incentivar promovendo eventos e exposições com obras de brasileiros. Clubes e cafés brasileiros no exterior são outro caminho para a exposição e venda dos trabalhos artísticos.


Rapidinhas:

ACIMA - Uma saudade?
MB - Surfar cedinho no Arpoador, Rio.

ACIMA - Um sonho?
MB - Eu sonho sempre alto. Retratar ícones do nosso tempo no Brasil e mundo afora. Entre eles Nelson Mandela.

ACIMA - Um lugar?
MB - Monteux, Suíça.

ACIMA - Uma música?
MB - A Lista, Oswaldo Montenegro.

ACIMA - Uma tristeza?
MB - A perda de alguém que amo.

ACIMA - Um barulho?
MB - Blocos de rua na porta de casa.

ACIMA - Um cheiro?
MB - De mar.

ACIMA - Doce ou salgado?
MB -Não como doces.

ACIMA - Destino ou casualidade?
MB - Não acredito na predestinação como algo inevitável. Mas creio em encontros inesperáveis, que têm o poder de transformarem nossas vidas, se deixarmos.

ACIMA - Quente ou frio?
M.B. - Suar frio nunca! Calor sempre.

ACIMA - Seu hobby?
M.B. - Windsurf

ACIMA - Três coisas fundamentarias para ser feliz?
MB - Em primeiro lugar, amor-próprio. Perceber 'pequenas' belezas a nossa volta, com admiração. Fazer aquilo que gosta.

ACIMA - Comida preferida?
MB – Feijoada

ACIMA - O que ama?
MB - Estar vivo e viver intensamente todos os dias.

ACIMA - O que não ama?
MB - A tristeza.

ACIMA - Um livro?
MB - Criação, Gore Vidal

ACIMA - Um filme?
MB - O Brother, Where Art Thou?, Joel Coen.

ACIMA - Uma mensagem?
MB - Acredite que você é infinitamente mais capaz do que você imagina.

ACIMA - Muito Obrigada Marcos Borges, parabèns pelo seu lindo trabalho! E luz …Sempre + Luz.

Para contatar e conhecer melhor o trabalho de Marcos Borges acesse os links abaixo:

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