Jorge Amado faria cem anos em 2012. O escritor que deu expressão à identidade da Bahia e do povo brasileiro, será homenageado no Brasil. As comemorações na Bahia, terra natal do escritor, começaram já em 2011.
Em 2012, Jorge Amado completaria cem anos. A efeméride vai ser celebrada este ano por todo o Brasil, com especial enfoque na Bahia, local onde o escritor nasceu e se inspirou e que já começou a fazer a festa.
Durante as comemorações do centenário de Jorge Amado, haverá exposições, cinema, debates e novos lançamentos da sua obra, como é o caso da caixa comemorativa, "As Mulheres de Jorge Amado", com os romances "Tieta do Agreste", "Dona Flor e Seus dois Maridos", "Gabriela Cravo e Canela" e "Tereza Batista Cansada da Guerra". A Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense desfilará, a 16 de fevereiro, em honra do escritor e o Carnaval de Salvador terá como inspiração o universo de Jorge Amado.
Jorge Amado nasceu em Itabuna, na Bahia, a 10 de agosto de 1912. A sua infância foi maioritariamente passada em Ilhéus onde aprendeu a ler, inicialmente, pela mão da mãe. Dessa infância, o escritor trouxe para a sua obra as experiências de vidas no mar, o universo da cultura do cacau e as disputas pelas terras.
Amado começou a escrever aos 14 anos como jornalista no Diário da Bahia, no Imparcial e no Jornal. Na década de 30, transferiu-se para o Rio de Janeiro para estudar Direito. Nessa altura travou conhecimento com intelectuais de esquerda e tornou-se membro do Partido comunista Brasileiro (PCB). Em 1931, publicou o seu primeiro romance, "O País do Carnaval". Nos anos seguintes, os seus ideais de esquerda acabariam por conduzi-lo a quatro prisões e ao exílio.
Em 1945, foi eleito deputado federal pelo PCB e, nesse mesmo ano, conheceu Zelia Gattai, com quem casou, teve dois filhos e viveu até aos seus últimos dias. Durante a década de 40 e 50, Jorge Amado viajou pela América Latina, Leste Europeu e União Soviética. A sua militância política caracterizou-se pela tentativa de aprovação de projetos de lei como a liberdade religiosa.
Uma vasta produção literária
Em 1950 o escritor rompeu as suas ligações ao PCB porque, segundo afirmou, esse engajamento impedia-o de ser escritor. A partir dessa altura a sua literatura passou a caracterizar-se pelo humor, pela sensualidade, pela miscigenação e pelo sincretismo religioso, como é o caso de obras como "Gabriela, Cravo e Canela" (1958), "A Tenda dos Milagres" (1969) ou "Tieta do Agreste" (1977). As obras possuem toques de picaresco, sem perder essência de crítica social e a poética que as caracteriza.
Jorge Amado foi eleito, em 1961, para a cadeira 23 da Academia Brasileira das Letras. No mesmo ano publicou "Os Velhos Marinheiros". Seguiu-se a publicação de "Os Pastores da Noite" (1964) e "Dona Flor e os Seus Dois Maridos" (1966), onde o autor retomava temas da infância, o misticismo ou a turbulência popular. Numa prosa de sabor poético, a sua empatia singular transportou os negros, os humildes e os marginalizados para as narrativas ricas de sentimento humano e de amor à sua terra natal. Jorge Amado identificou várias vezes a sua personagem como sendo o povo, em movimento na beleza da paisagem, para chegar a um cais de misérias várias: desde a vida difícil dos negros da cidade, aos trabalhadores explorados no campo pelos coronéis feudais e latifundiários do Brasil.
O romântico contador de histórias, como ele próprio preferia intitular-se, foi reconhecido e ganhou prémios de literatura de língua portuguesa, como o prémio Camões (1995), o prémio Jabuti (1959 e 1997) e do Ministério da Cultura (1997). A partir da década de 80 passou a viver entre Salvador e Paris. Jorge Amado conviveu com personalidades como o poeta chileno Pablo Neruda, o casal Jean-Paul Sartre & Simone de Beauvoir e Picasso. O cantor Caetano Veloso, Oscar Niemeyer e o artista plástico Moacyr Scliar, também estão entre os amigos presentes ao longo da sua vida.
Escreveu romances, novelas, literatura infantojuvenil, poesia, teatro, contos, guias de viagem e relatos autobiográficos. A sua obra encontra-se publicada em mais de cinquenta países e foi adaptada com sucesso para rádio, cinema, televisão e teatro. As suas personagens tornaram-se parte indissociável da vida brasileira. Jorge Amado faleceu a 6 de Agosto de 2001 na cidade de Salvador. A seu pedido, o corpo foi cremado e as suas cinzas espalhadas em volta de uma mangueira da sua residência, no Rio Vermelho.
(Jornalismo Porto Net)
Em 2012, Jorge Amado completaria cem anos. A efeméride vai ser celebrada este ano por todo o Brasil, com especial enfoque na Bahia, local onde o escritor nasceu e se inspirou e que já começou a fazer a festa.
Durante as comemorações do centenário de Jorge Amado, haverá exposições, cinema, debates e novos lançamentos da sua obra, como é o caso da caixa comemorativa, "As Mulheres de Jorge Amado", com os romances "Tieta do Agreste", "Dona Flor e Seus dois Maridos", "Gabriela Cravo e Canela" e "Tereza Batista Cansada da Guerra". A Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense desfilará, a 16 de fevereiro, em honra do escritor e o Carnaval de Salvador terá como inspiração o universo de Jorge Amado.
Jorge Amado nasceu em Itabuna, na Bahia, a 10 de agosto de 1912. A sua infância foi maioritariamente passada em Ilhéus onde aprendeu a ler, inicialmente, pela mão da mãe. Dessa infância, o escritor trouxe para a sua obra as experiências de vidas no mar, o universo da cultura do cacau e as disputas pelas terras.
Amado começou a escrever aos 14 anos como jornalista no Diário da Bahia, no Imparcial e no Jornal. Na década de 30, transferiu-se para o Rio de Janeiro para estudar Direito. Nessa altura travou conhecimento com intelectuais de esquerda e tornou-se membro do Partido comunista Brasileiro (PCB). Em 1931, publicou o seu primeiro romance, "O País do Carnaval". Nos anos seguintes, os seus ideais de esquerda acabariam por conduzi-lo a quatro prisões e ao exílio.
Em 1945, foi eleito deputado federal pelo PCB e, nesse mesmo ano, conheceu Zelia Gattai, com quem casou, teve dois filhos e viveu até aos seus últimos dias. Durante a década de 40 e 50, Jorge Amado viajou pela América Latina, Leste Europeu e União Soviética. A sua militância política caracterizou-se pela tentativa de aprovação de projetos de lei como a liberdade religiosa.
Uma vasta produção literária
Em 1950 o escritor rompeu as suas ligações ao PCB porque, segundo afirmou, esse engajamento impedia-o de ser escritor. A partir dessa altura a sua literatura passou a caracterizar-se pelo humor, pela sensualidade, pela miscigenação e pelo sincretismo religioso, como é o caso de obras como "Gabriela, Cravo e Canela" (1958), "A Tenda dos Milagres" (1969) ou "Tieta do Agreste" (1977). As obras possuem toques de picaresco, sem perder essência de crítica social e a poética que as caracteriza.
Jorge Amado foi eleito, em 1961, para a cadeira 23 da Academia Brasileira das Letras. No mesmo ano publicou "Os Velhos Marinheiros". Seguiu-se a publicação de "Os Pastores da Noite" (1964) e "Dona Flor e os Seus Dois Maridos" (1966), onde o autor retomava temas da infância, o misticismo ou a turbulência popular. Numa prosa de sabor poético, a sua empatia singular transportou os negros, os humildes e os marginalizados para as narrativas ricas de sentimento humano e de amor à sua terra natal. Jorge Amado identificou várias vezes a sua personagem como sendo o povo, em movimento na beleza da paisagem, para chegar a um cais de misérias várias: desde a vida difícil dos negros da cidade, aos trabalhadores explorados no campo pelos coronéis feudais e latifundiários do Brasil.
O romântico contador de histórias, como ele próprio preferia intitular-se, foi reconhecido e ganhou prémios de literatura de língua portuguesa, como o prémio Camões (1995), o prémio Jabuti (1959 e 1997) e do Ministério da Cultura (1997). A partir da década de 80 passou a viver entre Salvador e Paris. Jorge Amado conviveu com personalidades como o poeta chileno Pablo Neruda, o casal Jean-Paul Sartre & Simone de Beauvoir e Picasso. O cantor Caetano Veloso, Oscar Niemeyer e o artista plástico Moacyr Scliar, também estão entre os amigos presentes ao longo da sua vida.
Escreveu romances, novelas, literatura infantojuvenil, poesia, teatro, contos, guias de viagem e relatos autobiográficos. A sua obra encontra-se publicada em mais de cinquenta países e foi adaptada com sucesso para rádio, cinema, televisão e teatro. As suas personagens tornaram-se parte indissociável da vida brasileira. Jorge Amado faleceu a 6 de Agosto de 2001 na cidade de Salvador. A seu pedido, o corpo foi cremado e as suas cinzas espalhadas em volta de uma mangueira da sua residência, no Rio Vermelho.
(Jornalismo Porto Net)
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