martedì 1 gennaio 2013

A.C.I.M.A entrevista Roseni Kurányi, escritora brasileira residente na Alemanha.

A “A.C.I.M.A.” – Associação Cultural Internacional Mandala, sediada na Itália, desde 2011 está realizando o mapeamento dos artistas brasileiros residentes no exterior. Este projeto “Vitrine do Artista Brasileiro no Exterior” abraça a arte e a cultura dos povos migrantes em todas as suas formas e manifestaçõessejam elas, musicais, literárias, teatrais, artes plásticas, cinema, dança, fotografia, folclore, enfim, todas as expressões artísticas brasileiras.

ROSENI KURÁNYI
Vitrine do Artista Brasileiro no Exterior”


A.C.I.M.A. – Bem vinda Roseni Kurányi! Primeiramente, gostaríamos de saber um pouco sobre você: Sua terra natal? Onde vive atualmente e o motivo que lhe impulsionou a viver fora do Brasil?
Roseni Kurányi – Sou de Petrópolis RJ. Cidade Imperial, turística. Fria no inverno e um verão maravilhoso. Há dezessete anos vivo em Stuttgart - Alemanha. Tranquei a minha matricula na universidade (cursava psicologia), e imaginei voltar no máximo em três anos, e os anos, voaram... e os três anos, não se passaram...

A.C.I.M.A. – Como foi sua adaptação e quais as maiores dificuldades que encontrou no exterior? Maiores alegrias? Contou com o apoio de alguma organização que auxilia os imigrantes brasileiros? 

Roseni Kurányi – Quando cheguei na Alemanha, em dezembro de 1997, pensei: “Ah, isso aqui não é outro mundo não”. Claro, curti a neve com as crianças; a atmosfera natalina, como nos filmes; conhecíamos as cidadezinhas nos finais de semana e acima de tudo, tirava fotos e fotos para mandar para os parentes e amigos. Enfim, a época do turismo acabou, e aí, veio o idioma; a mentalidade; os costumes; e de novo o famoso frio.
Na verdade, penso que na maioria dos casos a adaptação é lenta, mesmo quando nós, brasileiros, sorrimos o tempo todo, e as pessoas dizem: “Nossa ela (e) se adaptou rápido!”, não é bem assim. Ao meu ver, a maior dificuldade é interna, íntima e muito pessoal. São coisas aparentemente pequenas do dia a dia que dificultam a adaptação, algumas vezes são detalhes que se contarmos para o outro pareceria ridículo.

Uma das primeiras coisas que fiz em Stuttgart logo que cheguei, foi estudar o idioma alemão. Viemos com as crianças, não podia me imaginar numa situação de emergência sem saber explicar o que estava acontecendo. E confesso, pra mim, a alegria de cada dia sentir que estava entendendo mais e mais a língua foi muito gratificante. Essa é talvez a questão mais importante da adaptação do estrangeiro: APRENDER O IDIOMA.
A.C.I.M.A. – Como e quando se dá o seu primeiro contato com a escrita? Sobre qual tema você escreve? De onde vem as inspirações para suas obras literárias?

Roseni Kurányi – Na verdade escrever era apenas um hobby. Quando me mudei, deixei no Brasil meus estudos (Psicologia), e quando cheguei na Alemanha estudei muito, também para ingressar na Universidade e terminar a faculdade, mas na minha cidade Stuttgart, que tem tudo, não tinha a faculdade que eu sonhava fazer, e em outra cidade, com duas crianças em casa seria complicado e até impossível para o momento. Foi quando me vi uma simples dona de casa.
Eu que já escrevia muito para os meus filhos, passei a fazer isso com mais intensidade. Mergulhava no mundo da fantasia, para tirar a tristeza de não estudar me alegrava por produzir algo para eles. Até que, dois anos após minha chegada, numa reunião de escola do meu filho, a professora dele disse que ele contou que eu era uma escritora, e contava algumas de minhas histórias na escola. Achei incrível, meu filho já me via como escritora, enquanto eu, cega, mergulhada na busca, querendo saber quem eu era naquele mundo tão diferente. Foi indescritível ouvir aquelas palavras da professora. Voltei pra casa, tirei da gaveta tudo que eu tinha escrito (à mão) e comecei a revisar tudo. Comprei um lep top e fui passando as histórias pra ele. Um dia, sem falar pra ninguém, mandei duas histórias infantis e um romance para uma pessoa em São Paulo corrigir, ele disse que eu já era uma escritora de literatura infantil. E essa mesma pessoa (que eu até hoje não conheço pessoalmente) me indicou a uma editora, que de uma só vez editou duas histórias minhas, “Sexta-feira 13”, “O Menino que queria viver na floresta”, (e me pagaram por elas).







A.C.I.M.A. – Qual foi a pessoa que primeiramente acreditou em seu talento? E qual outra linguagem da Arte tem o seu interesse?

Roseni Kurányi – Desde cedo eu já era uma contadora de histórias. Aprendi com o meu pai, que também criava histórias para contar para nós, os filhos. Quando cresci, eu criava contos pra criançada da vizinhança, para os sobrinhos e filhos. Na Alemanha fiz isso com mais intensidade, e meu filho Rômulo deu o nome disso de escritora. Foi ele a primeira pessoa que me viu dessa forma. 

Eu cresci ouvindo música em casa e cantando muito ao som do violão do meu irmão William. Adoro cantar. Também amo as artes plásticas. Meu filho e o pai dele, pintam bastante, minha casa é cheia dos quadros deles.

A.C.I.M.A. – Como você divulga o seu trabalho? O que você acha que seria prioritário fazer para divulgar o trabalho dos artistas brasileiros que vivem no exterior?

Roseni Kurányi – Dos meus primeiros seis livros publicados no Brasil (quatro infantis e dois romances), tive a sorte de ter tido editoras que investiram neles. Não são editoras enormes, portanto, colaborar e trabalhar pessoalmente para ajudar na divulgação é muito importante. 
Hoje tenho minha propria editora (Árpád Editora) 
Trabalho principalmente projetos.
 Faço propaganda na mídia e nas redes sociais, visito escolas e as feiras literárias, nacionais e internacionais etc... 
Na Europa, se o livro está em português é importante estar ligado a instituições e associações brasileiras como a de vocês (A.C.I.M.A) e também associações em cidades próximas de onde residimos. A união realmente faz a força. Prova disso foi a oportunidade de estarmos na Focus Brazil em Londres, que foi possível através do contato da A.C.I.M.A. 

Acho também importante a tradução do  trabalho. O europeu é curioso e muitas vezes interessado em saber o que fazemos. Se não for um livro, traduza um conto, uma crônica e mostre numa associação internacional da sua cidade. Assim as pessoas vão ter uma ideia do seu trabalho. ABRA O LEQUE! 


 









A.C.I.M.A. – Propósitos e novidades literárias?

Roseni Kurányi – Continuar trabalhando, fazer eventos, participar de eventos. Agora com o meu livro em alemão “Das Mädchen und der Baum”, o LEQUE se abriu um pouco mais. 




A.C.I.M.A. – Que conselho daria à quem está dando os primeiros passos no universo literário?

Roseni Kurányi – Eu acredito que, se você quer seguir um caminho, tenha pelo menos uma ideia onde quer chegar, focando a meta, a coisa fica mais fácil. E seja cabeça dura, siga em frente!   
A.C.I.M.A. – Você pretende voltar a viver no Brasil? Qual sua opinião sobre o momento “economicamente feliz” que o Brasil está vivenciando atualmente?

Roseni Kurányi – Amo o Brasil, e desejo que não seja só um momento, e que melhore ainda mais. Mas a minha família ainda está aqui na Alemanha, e aqui fiz amigos. Fui adotada e adotei a família do meu marido. Só escrevo porque estou aqui. Escrevo porque é frio, porque tenho saudade, porque não tenho a mesma mentalidade, escrevo porque sou brasileira, e nós, brasileiros, somos assim, sabemos transformar. Em nosso laboratório interno, juntamos essas coisas “ruins” e “esquisitas” com doses de amor, mau humor, saudade, frustrações e fazemos escritas, dança, artes plásticas, ajuda social, música, enfim, na nossa alquimia criativa produzimos AR, ar puro para vivermos tudo isso e sermos felizes.    


A.C.I.M.A. – Qual é o seu objetivo no momento?
Roseni Kurányi – Publicar meus outros trabalhos.


A.C.I.M.A. – Se desejar deixe-nos uma mensagem por favor!


Roseni Kurányi – À vocês da A.C.I.M.A, eu só tenho a agradecer, pelas oportunidades e reconhecimento que dão ao meu trabalho e a de tantos outros escritores brasileiros residentes aqui na Europa.



Rapidinhas:


ACIMA - Uma saudade?
RK - Das pessoas amadas que se foram

ACIMA - Um sonho?
RK - Que a saúde seja sempre uma realidade.

ACIMA - Um lugar?
RK - Aqui e agora.

ACIMA - Uma música?
RK - … Este ano quero paz no meu coração, quem quiser ter um amigo, que me dê a mão...

ACIMA - Uma tristeza?
RK - Todo tipo de violência.

ACIMA - Um barulho?

RK - Uma gargalhada que vem do fundo!

ACIMA - Um cheiro?
RK - Cheiro de terra molhada.

ACIMA - Doce ou salgado?
RK - Salgado.

ACIMA - Destino ou casualidade?
RK - Os dois.

ACIMA - Quente ou frio?
RK - Quentinho

ACIMA - Seu hobby?
RK - Escrever

ACIMA - Três coisas fundamentais para ser feliz?
RK - Respeito, Amar, ser amado.

ACIMA - Comida preferida?
RK – Legumes.

ACIMA - O que ama?
RK - A vida.

ACIMA - O que não ama?
RK - Gente chata.

ACIMA - Um livro?
RK - O próximo que eu ler e gostar.

ACIMA - Um filme?
RK - CINEMA PARADISO!!!! (Imperdível, veja ainda hoje se puder e depois me diga, por favor!)

ACIMA - Uma frase de sua autoria?
RK - “Fazer da sua solidão, dos seus medos e angústias um motivo a mais para escrever” (2006)

ACIMA - Seu lema?
RK - Seguir em frente.

ACIMA Um agradecimento?

RK - A Deus.
Contato e-mail pessoal: roseni.kuranyi@me.com






ACIMA – Obrigada Roseni Kurányi pela profícua contribuição que vêm dando à difusão e valorização da literatura brasileira no Exterior.



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