mercoledì 12 novembre 2025

Dr. ENOCH DE SIQUEIRA CAVALCANTI NETO – Entrevista exclusiva para V.I.A. – Vitrine Internacional A.C.I.MA. Itália.


Com imensa satisfação e profunda admiração, damos sequência ao terceiro ciclo do projeto V.I.A.Vitrine Internacional A.C.I.MA., apresentando mais uma entrevista desta nova fase, que tem como protagonista o escritor e pesquisador Dr. ENOCH DE SIQUEIRA CAVALCANTI NETOuma mente inquieta e sensível cuja trajetória reflete dedicação, conhecimento e amor pela história e pela literatura. Esta edição vai além de um simples diálogo — é uma celebração da palavra que ilumina, da escrita que preserva memórias e do poder transformador da arte que ultrapassa fronteiras.

Em sintonia com as comemorações do Jubileu de Cristal da A.C.I.MA. Itália, que em 2026 completa 15 anos de atuação cultural internacional, retomamos com entusiasmo o projeto V.I.A., criado em 2011 com a missão de dar visibilidade a escritores, poetas, artistas e pensadores de todo o mundo. Nesta nova etapa, reafirmamos nosso compromisso de valorizar as vozes que inspiram e conectam culturas, promovendo a literatura como ponte viva entre o tempo, a memória e a humanidade.

1) A.C.I.MA. – Seja muito bem-vindo Dr. ENOCH DE SIQUEIRA CAVALCANTI NETO à Vitrine Internacional A.C.I.MA.! Gostaríamos de começar conhecendo você melhor. Conte-nos sobre suas origens: de onde vem, qual sua terra natal e onde vive atualmente. Além da escrita, que paixões, trabalhos ou hobbies fazem parte do seu cotidiano?

ENOCH DE SIQUEIRA C. N. – Eu nasci em Manaus, capital do Estado do Amazonas, Brasil, e me criei na cidade de Carauari, à margem esquerda do rio Juruá, afluente da margem esquerda do rio Amazonas. Hoje vivo em Porto Velho, capital do Estado de Rondônia. A leitura me faz escrever. Poesias, música e pesquisas históricas, fazem parte da minha vida.

2) A.C.I.MA. – Como surgiu o seu primeiro contato com a escrita? Quais temas despertam seu interesse e de onde vêm suas inspirações?

ENOCH DE SIQUEIRA C. N. – Minha inspiração para escrever meu livro nasceu de uma visita ao Museu Nacional, localizado na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro. Lá, fiquei fascinado ao me deparar com o esqueleto de uma Preguiça Gigante pré-histórica, encontrada no antigo seringal Aquidabã, às margens do rio Juruá. A partir desse encontro, algo despertou em mim — uma curiosidade profunda e o desejo de resgatar essa história esquecida pelo tempo.

Decidi, então, perseguir esse propósito com dedicação: mergulhei em pesquisas locais e virtuais, adquiri livros antigos, raros e valiosos, e percorri sebos por todo o Brasil, em busca de fragmentos que me ajudassem a reconstruir essa narrativa fascinante. Foi assim que a inspiração se transformou em missão — e o livro, em uma ponte entre passado e presente.

3) A.C.I.MA. – Quem foi a primeira pessoa a acreditar no seu talento? Além da literatura, quais outras formas de expressão artística tocam sua alma ou você pratica?

ENOCH DE SIQUEIRA C. N. – A primeira pessoa a acreditar em mim foi minha avó materna, Evânia Duarte Pinto. Ela sempre dizia que eu tinha um dom especial e, com ternura e orgulho, me chamava de “doutor Enoch”. Suas palavras plantaram em mim a semente da confiança e do sonho. Foi ao seu lado, no incentivo e nas visitas a museus e bibliotecas, que despertei para o encanto do conhecimento e descobri o desejo de escrever, de registrar o mundo com meus próprios olhos e transformar curiosidade em legado.

4) A.C.I.MA. – Na sua visão, qual é o papel do escritor no mundo contemporâneo? Como podemos construir pontes entre culturas através da palavra?

ENOCH DE SIQUEIRA C. N. – O papel do escritor é observar, pesquisar, analisar e registrar, para que não se percam na névoa do tempo as contribuições das gerações que nos antecederam. A escrita é um ato de memória e permanência. Acredito que a missão primordial do autor é retratar a vida em suas múltiplas dimensões — seja ao descrever o cotidiano com sensibilidade, seja ao investigar e recontar o passado, conectando-o ao presente. Assim, o escritor se torna uma ponte entre o que foi, o que é e o que ainda pode ser.

5) A.C.I.MA. – Quais os maiores obstáculos você acredita que um escritor encontra ao ingressar no universo literário? Como você divulga suas obras e onde os leitores podem encontrá-las?

ENOCH DE SIQUEIRA C. N. – O maior obstáculo no mundo literário, especialmente no Brasil, ainda é o custo financeiro. Publicar um livro exige investimento, e infelizmente, há uma cultura reacionária que tende a valorizar apenas os autores já consagrados pela mídia, deixando à margem tantos novos talentos que surgem todos os dias. Quanto à divulgação, acredito que o caminho não seja o mais difícil — o verdadeiro desafio está em conquistar leitores e convencê-los a adquirir as obras, valorizando o trabalho do escritor independente e reconhecendo a literatura como um bem essencial à nossa cultura.

6) A.C.I.MA. – Que mensagem ou conselho você daria a quem está iniciando sua jornada literária e deseja transformar sonhos em palavras?

ENOCH DE SIQUEIRA C. N. – Que não desistam de seus sonhos. Transforme seus sentidos em letras.

7) A.C.I.MA. – Fale sobre suas obras e trajetória nacional e além fronteiras, (se tiver). Como tem sido a experiência de levar seus trabalhos para o exterior, especialmente com o apoio da A.C.I.MA. Itália?

ENOCH DE SIQUEIRA C. N. – Publicar meu primeiro livro foi a realização de um grande sonho. Em minha trajetória literária, tudo é aprendizado e crescimento. Meu propósito é divulgá-lo sempre que possível, para que alcance cada vez mais leitores e inspire novas reflexões. Sinto-me profundamente grato por poder contar com o apoio de entidades e agremiações que acreditam na literatura e tornam possível cumprir minha missão — e seguir adiante, fortalecendo meus trabalhos futuros.

8) A.C.I.MA. – Que legado você gostaria de deixar aos seus leitores, familiares e às futuras gerações? Que mensagem deseja que sua obra transmita ao mundo?

ENOCH DE SIQUEIRA C. N. – Desejo que minhas palavras se tornem um legado de , coragem, perseverança e verdade — um reflexo da alma que busca iluminar caminhos por meio da escrita. Quando eu já não estiver nesta vida terrena, quero ser lembrado como alguém que usou as letras como instrumentos de consciência, que acreditou no poder do conhecimento e contribuiu, com humildade e propósito, para combater a ignorância e semear luz onde havia escuridão.

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RAPIDINHAS – Um olhar leve e pessoal por ENOCH DE SIQUEIRA CAVALCANTI NETO:


A.C.I.MA. – Uma saudade que aquece o coração.

ENOCH DE SIQUEIRA C. N. – Da minha família na minha Carauari.

A.C.I.MA. – Um sonho que ainda te move.

ENOCH DE SIQUEIRA C. N. – Escrever livros em sonetos, contos, romance história e autoajuda.

A.C.I.MA. – Um lugar que marcou sua vida.

ENOCH DE SIQUEIRA C. N. – A entrega do Prêmio Internacional pela  A.C.I.MA em junho passado, em São Paulo/2025.

A.C.I.MA. – Uma música que toca sua alma.

ENOCH DE SIQUEIRA C. N. – Quem me levará sou eu, de Raimundo Fagner.

A.C.I.MA. – Uma tristeza que virou aprendizado.

ENOCH DE SIQUEIRA C. N. – O alcoolismo que na maioria das vezes quase/ou ceifa a vida.

A.C.I.MA. – Um som que traz boas memórias.

ENOCH DE SIQUEIRA C. N. – Som da Ave-Maria

A.C.I.MA. – Um cheiro que desperta lembranças.

ENOCH DE SIQUEIRA C. N. – Comidas Amazônicas, feitas por minha mãe.

A.C.I.MA. – Doce ou salgado?

ENOCH DE SIQUEIRA C. N. – Salgado

A.C.I.MA. – Destino ou acaso?

ENOCH DE SIQUEIRA C. N. – Não acredito em nenhum. Acredito no trabalho.

A.C.I.MA. – Quente ou frio?

ENOCH DE SIQUEIRA C. N. – Depende do momento. Mas não gosto de frio.

A.C.I.MA. – Seu hobby favorito?

ENOCH DE SIQUEIRA C. N. – Leitura e música.

A.C.I.MA. – Sua comida preferida?

ENOCH DE SIQUEIRA C. N. – Feijão com arroz, salada e qualquer carne, frango ou peixe.

A.C.I.MA. – O que você ama profundamente?

ENOCH DE SIQUEIRA C. N. – Minha família.

A.C.I.MA. – O que você não ama?

ENOCH DE SIQUEIRA C. N. – Hipocrisia.

A.C.I.MA. – Um livro que mudou sua vida.

ENOCH DE SIQUEIRA C. N. –  O meu: Geografia Histórica de Carauary do Yuruá: 130 anos de mudança socioeconômica, territorial e ambiental.

A.C.I.MA. – Um filme inesquecível.

ENOCH DE SIQUEIRA C. N. –  Doutor Jivago.

A.C.I.MA. – Uma homenagem que gostaria de prestar ou receber?

ENOCH DE SIQUEIRA C. N. –  Receber, é de alguém. Prestar, ao meu irmão falecido recentemente.

A.C.I.MA. – Um momento que guardará para sempre?

ENOCH DE SIQUEIRA C. N. –  A colação de Ensino Superior em Geografia pela Universidade Federal de Rondônia.

A.C.I.MA. – Três elementos fundamentais para ser feliz?

ENOCH DE SIQUEIRA C. N. – Paixão naquilo que faz; Foco nas tarefas; Ser verdadeiro.

A.C.I.MA. ITÁLIA

A.C.I.MA. – Gratidão Dr. ENOCH DE SIQUEIRA CAVALCANTI NETO por sua trajetória inspiradora e comprometida com a verdade, o conhecimento e a força da palavra. É uma honra tê-lo entre os autores que elevam a literatura lusófona além do tempo e das fronteiras.

 

Sonia Miquelin

A.C.I.MA. ITÁLIA

giovedì 23 ottobre 2025

KÁTIA GALDI – Entrevista exclusiva para V.I.A. - Vitrine Internacional A.C.I.MA. – Itália.

Com grande alegria e profunda honra, damos continuidade ao terceiro ciclo do projeto V.I.A. – Vitrine Internacional A.C.I.MA., apresentando a terceira entrevista desta nova fase, que tem como destaque a professora e escritora KÁTIA GALDI, uma alma sensível cuja trajetória transborda arte, conhecimento e humanidade. Esta edição representa mais do que uma conversa — é um tributo à palavra viva, à força da criação e ao poder da literatura que atravessa fronteiras, alinhando-se à missão da A.C.I.MA. Itália de valorizar as vozes que inspiram, transformam e conectam o mundo.

Em celebração ao Jubileu de Cristal da A.C.I.MA. Itália, que em 2026 completa 15 anos de atividades culturais internacionais, reabrimos com entusiasmo o projeto V.I.A., nascido em 2011 e responsável por dar visibilidade a centenas de escritores, poetas, artistas e pensadores ao redor do globo. Nesta nova fase, reafirmamos nosso compromisso de promover o diálogo entre culturas, estimular o pensamento crítico e celebrar a arte como ponte de união e reconhecimento mútuo — porque cada voz que se eleva em palavra é, em essência, uma semente de eternidade.

1 - A.C.I.MA - KÁTIA GALDI, Seja muito bem-vinda à Vitrine Internacional A.C.I.MA. Itália! Gostaríamos de começar conhecendo mais de você. Conte-nos sobre suas origens: de onde vem, qual sua terra natal e onde vive atualmente. Além da escrita, que paixões, trabalhos ou hobbies fazem parte do seu cotidiano?

KÁTIA GALDI - A cidade urbana sempre fez parte da minha vida. Desde pequena, me encontro nos entrelaces do asfalto, das buzinas e das sirenes alarmantes. Nasci no bairro de Pinheiros, em São Paulo. No entanto, sempre foi possível viver períodos de pausa e respiro diante dos parques, praças, bosques e, por vezes, do mar também.

São Paulo foi — e é — minha terra natal de idas e vindas. Descobri a escrita muito pequena; as fotos e imagens de pequenos animais, flores, entre outros, impulsionaram meu gosto pela leitura. Encantei-me e, quando aprendi a ler, o desejo de escrever veio como uma pintura em que a linha entoava a beleza da palavra.

Escrever é uma das minhas paixões. Ler, dar aulas, mergulhar nas palavras como em uma melodia — ora cantada, ora versada — também me encanta profundamente. Surgiu então o desenho, em especial o desenho de linhas, conhecido como desenho de formas. Desenvolvi estudos, aulas, pesquisas e apresentações sobre esse tema de cunho artístico, pedagógico e até terapêutico.

As caminhadas longas ocuparam meus pensamentos como um preparo para o futuro, e assim o fiz, realizando três peregrinações que me proporcionaram grande convívio comigo mesma e despertaram boas perguntas. Em 2012, percorri 803 km em 37 dias pelo Caminho Francês de Santiago de Compostela; em 2017, foi a vez do Caminho de Francisco — 287 km saindo de Assis e chegando a Roma; e, em 2019, concluí esse propósito realizando 101 km da Trilha de Jesus, em Israel, saindo de Nazaré e chegando a Cafarnaum. Uma experiência fantástica!

2 - A.C.I.MA. – Primeiros passos e inspirações... Como surgiu o seu primeiro contato com a escrita? Quais temas despertam seu interesse e de onde vêm suas inspirações? Compartilhe conosco um pouco do seu processo criativo: como uma ideia se transforma em obra.

KÁTIA GALDI - Apesar de pouco tempo e obras publicadas, posso afirmar que foram as crianças, primeiramente, e, posteriormente, os enlaces e insights feitos e adquiridos em cada momento em que me senti presente num encontro — seja com outras pessoas, seja com a natureza, seja com a cidade — que me despertaram as primeiras palavras conjugadas para nascer uma poesia, um texto, um conto, uma prosa.

O meu processo criativo chega através de uma imagem qualquer, advinda de um momento de reflexão, da observação e contemplação de uma tela, pintura, escultura, das crianças brincando num parque, no quintal de casa ou mesmo através de uma boa conversa.

Quando era pequenina, desenhava muito no papel e na areia. Esse gesto e imagem plasmaram em mim o desejo de transformar em palavras o grupo de sonhos que surgia. Mais tarde, uma oportunidade especial me fez gerir o encontro das duas artes que me convocavam. Assim, fui convidada por Sérgio Concílio para colaborar no roteiro de um curta-metragem. Gostei e avancei — continuei por mais dois filmes com esse ímpeto fantástico. Sérgio e sua companheira Denise produziram Era uma vez uma Época e Cine Paixão. A paixão pelo cinema e por todas as artes em que imagem e movimento são guiados pela palavra tomou uma forte expressão em minha vida.

O cinema ficou no tempo, marcado pela paixão, e segui escrevendo — mas agora para meus alunos. Tornei-me professora Waldorf. Depois de oito anos de convívio com minha classe, escrevi uma obra para todos encerrarem o ciclo subindo ao palco e apresentando o desafio de encenar o texto, colocando em movimento as palavras que criei para cada um.

O texto dramatúrgico foi publicado em 2019 e, em janeiro de 2025, ganhou o prêmio de melhor livro pelo Gallery, em Portugal. Agora, em setembro, foi premiado na Espanha como melhor obra de alcance juvenil.

Os temas mais atraentes para mim são todos os que falam à alma humana. A vida tem muitos mistérios e segredos a desvelar. Cada vez que me ponho a escrever, sinto estar desvelando um pequenino segredo.

Creio que posso afirmar: minhas inspirações advêm dos sonhos — ora dormidos, ora despertos —, e todos e tudo que atravessa minha frente podem ser absorvidos como imagem e tornar-se uma história, um desenho ou uma poesia.

Atualmente, divido-me entre duas obras distintas: a primeira é fruto de uma pesquisa junto às crianças do primeiro ano de quatro escolas Waldorf, acompanhando seu movimento de aprendizagem a partir da arte do desenho de formas; a outra corresponde ao caminho interior humano. Reúno, primeiro, elementos, relatos, fotos, desenhos e argumentos para desenvolver o tema tocado em mim pela necessidade de expandir a “Arte Social”.

3 - A.C.I.MA. – Influências e linguagens artísticas. Quem foi a primeira pessoa a acreditar no seu talento? Além da literatura, quais outras formas de expressão artística tocam sua alma ou você pratica?

KÁTIA GALDI - Realmente, os primeiros que acreditaram no meu trabalho foram as crianças, que receberam de imediato minha criação — inicialmente, ela foi direcionada diretamente a elas. Mas, quando essa perspectiva cresceu e busquei manter a atividade com atenção voltada à publicação, um grande amigo, artista da fala e ator, Carlos Gerônimo, me incentivou muitíssimo a publicar e a continuar, especialmente quando leu meu texto dramatúrgico “Era uma vez um Truão”. Depois da publicação, muitos amigos passaram a olhar para mim como escritora.

Não me considero ainda totalmente escritora, pois, apesar de a escrita ser parte de mim — e hoje também do meu trabalho —, me vejo em outras áreas, como educadora, pesquisadora e desenhista de linhas e formas. O trabalho com o desenho de formas aguça minha consciência, ampliando o olhar para os fenômenos observados. Gosto demais de apreciar um desenho composto em sua harmonia e equilíbrio, buscando extrair dele o lastro para minha própria composição.

Visitar o espaço de um museu, assistir a um bom filme, a uma peça de teatro ou mesmo a um show é parte da minha atividade cultural — um exercício de recolher a linguagem como vivência interior e reformar imagens em mim. É muito prazeroso!

4 - A.C.I.MA. – O papel do escritor na sociedade. Na sua visão, qual é o papel do escritor no mundo contemporâneo? Como podemos construir pontes entre culturas através da palavra? E, na prática, o que seria prioritário para valorizar e divulgar o trabalho de escritores e artistas internacionalmente?

KÁTIA GALDI - O escritor tem um poder mágico de transpor o espaço físico para comunicar a linguagem das imagens ao mundo — sejam crianças, jovens ou adultos.

O mundo contemporâneo está em trânsito, e essas mudanças nos alertam para algo novo e perigoso: o tempo pode perder a força da memória presente e necessária para o rigor humano, caso não nos atentemos a esse fenômeno. É necessário cuidar do ritmo da vida. Diante disso, o escritor, atento às vicissitudes e sutilezas deste momento, estará presente para promover as obras que cultivam a palavra, para que estas atravessem os oceanos como o voo dos pássaros — leve, suave, apesar dos esforços realizados durante a jornada.

Cuidar da palavra ao conjugá-la com as imagens utilizadas é essencial, de modo que não seja abduzido pela falta do tempo — aquele conduzido por Cronos e manejado pelo homem —, mas também não se ponha fora do espaço que vivemos. Para que isso seja feito, penso ser preciso estar aberto não somente aos fatos conhecidos da nossa época, mas também aos fenômenos. Eles são sutis e se revelam quando nossos sentidos — olhos e ouvidos — se dispõem a uma jornada de observação e interação constante.

A palavra se torna viva; os adjetivos a tornam qualificada para exercer a relação entre a ideia, o conceito e a imagem.

A palavra pertence a uma corrente que podemos chamar de plástico-pictórica, e nela a imagem cresce e ganha forma. Quando a palavra escrita ganha uma expressão musical, a melodia que a embala pode ser o impulso da travessia — então o idioma não será o maior problema, pois as culturas poderão se reconhecer pelo movimento musical que as palavras e imagens tomam na alma de quem as lê.

Penso que um painel entre escritores distintos, de origens diversas, poderia receber um trecho da obra do outro e, através de uma pergunta, construir um diálogo.

Valorizar a obra é o que se espera do autor dela. Muitas são as formas de expressar essa valorização: publicações, entrevistas, palestras, venda dos livros etc. Mas, associado a isso, o quanto essa obra tem a se revelar ao mundo pode ser o enigma que compreendo ser a chave. Quanto o entrevistador conhece do entrevistado, da sua obra... e quanto os autores conhecem uns aos outros através de suas criações...

Acho que as redes sociais apresentam um caminho, mas vejo que as regras parecem logo esgotar as possibilidades. Precisamos transcender o que é técnico — usá-lo como recurso, sim —, mas encontrar formas, como um “mecenas literário”, que colaborem na continuidade humana da arte e promovam encontros nacionais e internacionais com temas literários, com temas que estão presentes e vivos nas obras clássicas e contemporâneas.

5 - A.C.I.MA. – Quais os maiores obstáculos você acredita que um escritor encontra ao ingressar no universo literário? Como você divulga suas obras e onde os leitores podem encontrá-las?

KÁTIA GALDI - A literatura compõe realmente um universo. Os obstáculos podem surgir no contrato com a editora, no caso de um autor ser independente ou não ser conhecido o suficiente nesta área. Obstáculos como restrição econômica para a divulgação da obra, competição promovida pela própria editora — no caso de medir, através do tempo recorde, a venda de um título. Mas a concorrência pior é quando isso ocorre com outros colegas autores. Alguns escritores podem não perceber sua atitude egocêntrica, visando difundir exclusivamente sua obra em detrimento das demais. Na verdade, penso que as possibilidades econômicas podem ser — e são — os maiores obstáculos para muitos escritores iniciantes, em especial.

Eu divulgo minhas obras ainda timidamente, seja pelo Instagram, pelas palestras e cursos que profiro, ou pela participação em concursos. A participação em grupos literários também deve colaborar um pouco para isso, como Europa Conexão Network, Rede Sem Fronteiras, FELP e agora A.C.I.MA. Itália.

Meus livros podem ser encontrados no site da Editora Dialética.

https://loja.editoradialetica.com/humanidades/educacao-e-saude-um-dialogo-possivel-o-desenho-de-formas-como-contribuicao-da-pedagogia-waldorf

ou pela Amazon – “Educação e Saúde um diálogo possível – O Desenho de formas como contribuição da Pedagogia Waldorf”

É possível também solicitar através do Instagram @katia.galdi ou pelo e-mail katiajuiga@gmail.com

6 - A.C.I.MA. – Conselhos para quem está começando - Que mensagem ou conselho você daria a quem está iniciando sua jornada literária e deseja transformar sonhos em palavras?

KÁTIA GALDI - Quem deseja se tornar um escritor deve primeiro considerar a escrita, a sua imaginação, o elemento mais importante que antecede o desejo da publicação. Isso é consequência do esforço posterior a criação.

Primeiro escrever, escrever, ler e ler, criar um diálogo com sua própria criação. Depois permitir que algum amigo, apreciador, bom leitor de obras diversificadas faça a leitura da sua obra, ouça as considerações, revise as palavras e logo finalizará seu primeiro trabalho.

O escritor deve ser um excelente leitor, mas deve ser também um contínuo observador, deve ser capaz de pintar com palavras as cores de um cenário criador. Cuidar das palavras, zelar a imagem que está parindo e admirar a obra nascida recém-inaugurada no mundo das possibilidades.

7 - A.C.I.MA. – Percurso e experiências internacionais - Fale sobre suas obras e trajetória nacional e além-fronteiras, (se tiver). Como tem sido a experiência de levar seus trabalhos para o exterior, especialmente com o apoio da A.C.I.MA. Itália.

KÁTIA GALDI - Quando publiquei minha segunda obra em 2019, “Era uma vez um Truão” a inscrevi num concurso, onde fazia o mestrado; na Universidade de São Paulo – Brasil. Para minha surpresa, dentre tantas inscritas, mais de 250 contos, romances entre outros, fui contemplada com menção honrosa. Apesar de não ganhar em primeiro lugar, isso me acendeu uma luz de possibilidade.

Em 2024 após o lançamento do terceiro livro, inscrevi as duas últimas obras junto ao Gallery SPT Portugal para apreciação, concurso e exposição com direito ao prêmio por categorias diferenciadas. Assim foi. Em janeiro de 2025 “Era uma vez um Truão” ganhou o troféu, o prêmio de melhor livro e em setembro, pelo Gallery na Espanha, ganhou o prêmio de melhor livro de alcance juvenil.

Ambas as obras estiveram presentes no Gallery SPT em Portugal, no salão do livro de Genebra em março de 2025, sendo eu premiada pela colaboração cultural lusófona literária, em junho participei com as duas obras na 95 feira do livro de Lisboa, recebendo um troféu pela contribuição a literatura lusófona em Portugal; em agosto deste ano fui premiada com um troféu pela editora Mágico de Oz em Balneário de Camboriú, Prêmio Internacional de Letras.

Agora em outubro participei da 15 Bienal Internacional do livro de Pernambuco, apresentando os dois livros e realizando uma palestra pública: A importância da literatura e da arte no processo de educação.

Ainda no mês de setembro participei de mais duas feiras; Pan-Amazônica de Multivozes em Belém do Pará e a festa do livro nos jardins do Palácio presidencial de Belém em Lisboa – Portugal.

A experiência em participar ativamente das feiras, salão do livro, concursos, exposição tem sido uma saga importantíssima para o desenvolvimento, o lastro do meu trabalho como escritora. Conheci muitos autores, escutei muitos colegas abordarem temas literários o que contribuiu para meu conhecimento, para consolidar a ênfase nesta trilha que atravesso agora.

Adentrando com entusiasmo o espaço A.C.I.MA. Itália me impulsiona com alegria continuar a difundir as palavras com as imagens que posso conjugar, ampliar e comunicar ao mundo. Certamente encontrei mais parceiros através desta (A.C.I.MA.) para seguir lastreando histórias, contos, poesias enlaçando o futuro e com ele novos colegas, novos escritores posso acompanhar.

8 - A.C.I.MA. – “Legado e Mensagem” - Que legado você gostaria de deixar aos seus leitores, familiares e às futuras gerações? Que mensagem deseja que sua obra transmita ao mundo?

KÁTIA GALDI - A mensagem é uma rica sutileza que podemos levar a todos que a recebem. Um pequeno pensamento expressa aqui a síntese daquilo que desejo comunicar seja através de minhas obras, das palestras, das entrevistas, de uma boa conversa. Quando se trata de encontros literários podemos sentir:

“O medo que do mundo que tememos só pode ser superado com imagens do mundo que queremos”.


RAPIDINHAS: Um olhar leve e pessoal... Por KÁTIA GALDI:

 



A.C.I.MA. –  Uma saudade que aquece o coração.

KÁTIA GALDI -  A infância.

A.C.I.MA. –  Um sonho que ainda te move.

KÁTIA GALDI - Dar o palco cênico para minhas obras.

 A.C.I.MA. –  Um lugar que marcou sua vida.

KÁTIA GALDI - Assis – Itália.

A.C.I.MA. –   Uma música que toca sua alma.

KÁTIA GALDI - Jesus alegria dos homens – Bach.

A.C.I.MA. –  Uma tristeza que virou aprendizado.

KÁTIA GALDI - A separação – a morte.

A.C.I.MA. –  Um som que traz boas memórias.

KÁTIA GALDI - O balbuciar do bebê.

A.C.I.MA. –  Um cheiro que desperta lembranças.

KÁTIA GALDI - De terra molhada.

A.C.I.MA. –  Doce ou salgado?

KÁTIA GALDI - Doce e salgado.

A.C.I.MA. –  Destino ou acaso?

KÁTIA GALDI - Destino sem dúvida.

A.C.I.MA. –  Quente ou frio?

KÁTIA GALDI - Temperatura ambiente.

A.C.I.MA. –  Seu hobby favorito.

KÁTIA GALDI - Caminhar, escrever, desenhar, cantar e dançar.

A.C.I.MA. –  Sua comida preferida.

KÁTIA GALDI - Berinjela a parmeggiana.

A.C.I.MA. –  O que você ama profundamente.

KÁTIA GALDI - A vida – os seres viventes – o ser humano.

A.C.I.MA. –  O que você não ama.

KÁTIA GALDI - A mentira.

A.C.I.MA. –  Um livro que mudou sua vida.

KÁTIA GALDI - Admirável mundo novo.

A.C.I.MA. –  Um filme inesquecível.

KÁTIA GALDI - Sonhos – Akira Kurosawa.

A.C.I.MA. –  Uma homenagem que gostaria de prestar ou receber.

KÁTIA GALDI - Prestar uma homenagem a quem me deu a vida – Mãe. Receber uma homenagem inesperada.

A.C.I.MA. –  Um momento que guardará para sempre.

KÁTIA GALDI - Nascimento dos meus filhos em mim.

A.C.I.MA. –  Três elementos fundamentais para ser feliz.

KÁTIA GALDI - Compenetrar com capacidade de fantasia. Coragem em relação à verdade. Responsabilidade nas ações com o poder da alma.

Gratidão, Kátia Gaudi. Parabéns por esse trabalho maravilhoso que você desenvolve! Sucesso, LUZ, sempre + luz!

 

Sigamos, conectando Mentes, Culturas e Corações.

 

Sonia Miquelin

A.C.I.MA. Itália

 

Participe você também como coautor (a) de pelo menos 1 (um) dos 6 projetos ativos do JUBILEU DE CRISTAL A.C.I.MA. ITÁLIA 2026 e seja um dos protagonistas do projeto V.I.A., a nossa vitrine internacional. Conte sua história, e faça parte deste movimento que celebra a arte, a literatura e as histórias de sucesso e  superação. Escreva para: miquelinsonia@yahoo.it


martedì 21 ottobre 2025

AMILTON CONTÉ – Entrevista V.I.A. - Vitrine Internacional A.C.I.MA. – Itália.


Com muita honra, damos continuidade ao terceiro ciclo do projeto V.I.A.Vitrine Internacional A.C.I.MA., apresentando a segunda entrevista desta nova fase, que tem como destaque o Escritor e Poeta AMILTON CONTÉ. Esta edição marca uma etapa especial de celebração e reconhecimento da arte e da literatura sem fronteiras, seguindo os objetivos da A.C.I.MA. Itália com a valorização das vozes que inspiram e conectam o mundo através da palavra.


Em comemoração ao JUBILEU DE CRISTAL da A.C.I.MA. Itália, que em 2026 celebra 15 ANOS de atividades culturais internacionais, reabrimos o projeto: V.I.A., nascido em 2011, que já entrevistou centenas de escritores, poetas, artistas e profissionais de destaque, mapeando novos talentos e trajetórias inspiradoras ao redor do mundo. É com imensa alegria que reafirmamos nosso compromisso em promover vozes criativas e experiências culturais capazes de conectar pessoas, valorizar a arte e ampliar horizontes.

1 - A.C.I.MA. – AMILTON CONTÉ, seja muito bem-vindo à Vitrine Internacional A.C.I.MA.! Gostaríamos de começar conhecendo você melhor. Conte-nos sobre suas origens: de onde vem, qual sua terra natal e onde vive atualmente. Além da escrita, que paixões, trabalhos ou hobbies fazem parte do seu cotidiano?

AMILTON CONTÉ - Sou Amilton Conté, assim me chamaram os meus pais ao nascer. Vim à luz do mundo no dia 27 de janeiro de 1981, naquele retalho de terra situado no berço da humanidade — Guiné-Bissau, onde o sol repousa o seu desgosto.

Nasci numa sexta-feira que o meu pastor chamou de “dia de azar”, devido à falência do mês. Fui criado por duas mulheres maravilhosas e humildes, que tinham como maior objetivo amar os filhos e criá-los com dignidade, sustentadas apenas pelo salário da caridade.

Passei minha infância em África e, em 1999, imigrei para Portugal, em busca de melhores condições de vida. Há 14 anos vivo no Luxemburgo, onde atuo como responsável técnico no grupo Auchan, sou formado em Eletrotecnia.

 

***

 

O meu passado…

Foi assim!… assim que passou.

Longo era o percurso escuro que os deuses adivinhavam,

Numa correnteza de tentativas que me induziam aos erros.

Naturalizei-me numa liberdade ditatorial, em dia de nevoeiro,

No coração da humanidade, onde as crianças mamavam...

Ontem caminhava descalço, de instituição em instituição,

de casa em casa, de capela em capela, como de cadeira em cadeira,

indeciso com o destino rude que pendia sobre mim.

Onde, o rezar me levou a prosperar no sonho, e à sua concretização.

Hoje, engrandecido pelo tempo, aprendi com o destino — e aqueles que

ontem gracejavam de mim, excluindo-me do contexto, hoje me chamam de santo.

Nesta minha caminhada, narrei o tempo comprimido que vi parar para alcançar a vitória.

A recompensa emocional é a gratidão que alegra meu pobre coração de Poeta...

As lágrimas do passado ainda molham a lembrança, mas são também a fonte da minha força.

 

***

 

Nos meus tempos livres, gosto de ler, assistir a filmes e séries, e pratico esportes com frequência.

O resto da minha essência está nos meus sonetos — ali se revela quem sou, de onde vim e o porquê do nome que carrego.

2 - A.C.I.MA. – Como surgiu o seu primeiro contato com a escrita? Quais temas despertam seus interesses e de onde vêm suas inspirações?

AMILTON CONTÉ - O meu primeiro contato com a literatura foi na escola, minha professora de língua portuguesa pediu-me para fazer uma redação no meu primeiro dia de aula, em Portugal. Escrevi e lhe dei de volta a página. Dias depois, ela veio com a correção — toda vermelha — e apenas me disse: “Tens jeito para a escrita.” Foi ela quem me abriu as portas da literatura.

Mas quem me inspirou a escrever sonetos, foi a minha musa inspiradora Florbela Espanca. Ao ler o seu Livro de mágoas, senti as suas tristezas, a sua infelicidade, e a dor de amar. Eu sou aquele que veio a procura dessa pessoa que imenso tempo esperou por esse alguém — mas que o destino converteu em desencontro. 


Vai, meu amor-flor, vai cheio de mistério,

Nesse soneto longínquo, contemporâneo,

No luar louvado do vosso trabalho literário,

Que no meu espírito criou poço instantâneo.

 

Bela, como alcunhava eu essa cabouqueira,

Dona dessa obra romântica e possuidora,

Vivida nas gotas que o tempo galardoou,

De lábios em lábios que a ferrugem ganhou.

 

Se o vosso tempo era do nosso antepassado,

Se a minha era padrão de rosa do passado,

Como seria essa alegria vitoriosa de viver?

Essa gente doar-lhe-ia uma decessa vivida,

 

Feito um rio que corre... levado pelo tempo,

Não teria esse mar de lágrima na despedida.


3 - A.C.I.MA. – Quem foi a primeira pessoa a acreditar no seu talento? Além da literatura, quais outras formas de expressão artística tocam sua alma ou você pratica?

AMILTON CONTÉ - A primeira pessoal a acreditar no meu trabalho é a Dona — assim a chamo. Dona de uma beleza rara e possuidora. Dona dum corpo que a uma guitara se compara, é simplesmente a Dona do meu coração. Foi ela que apoiou as minhas ideias e as minhas palavras, sempre encontrando os termos certos e capazes de me fazer sonhar, elogiando cada verso como se fosse de Camões.

 

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Escrevo também poesia, teatro, crônicas e contos — para a alegrar... ou me alegrar...


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“Eu queria ser aquela coisa cheia de felicidade,
Aquela ela… que nunca chora de injustiça,
Aquela ela… que vive encharcada de piedade.
Eu queria ser a abundância alegre, meu Deus,
Frágil ou duro, feito uma pedra nascente,
Para que o amor bata — e eu mingue no adeus.”


4 - A.C.I.MA. – Na sua visão, qual é o papel do escritor no mundo contemporâneo? Como podemos construir pontes entre culturas através da palavra? E, na prática, o que seria prioritário para valorizar e divulgar o trabalho de escritores e artistas internacionalmente?


AMILTON CONTÉ - O papel do escritor no mundo contemporâneo é falar a verdade!

 

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A voz do poeta nunca cessa minha herança!

Quando as lágrimas entornadas na injustiça

Têm o som ou tom suplicante de esperança,

De um dia transformar as dores em emoção,

Falam a verdade que suporta a coragem atrevida

Na descontente dor de um povo, etnia, ou cultura,

Numa voz linda, serena e delicada da literatura,

Onde o povo tem um banco do réu à sua altura.

 

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Como digo sempre: triste é o Poeta morrer com as ideias sem plantar essa árvore, ou seja, sem deixar a sua mensagem. Escrever não garante sucesso — o sucesso vem depois da morte.

 

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Eu, o Poeta... Aqueles que me evocam nos longos sonos do futuro

Alegra-me ao perceber, sem os julgar ou condenar, nas verdades,

Nesse dia que se juntará santos e pecadores num só grito próspero

O poeta só se tornará internacional depois da morte.

 


5 - A.C.I.MA.: Quais os maiores obstáculos você acredita que um escritor encontra ao ingressar no universo literário? Como você divulga suas obras e onde os leitores podem encontrá-las?

 

AMILTON CONTÉ – O maior obstáculo é, sem dúvida, a solidão — o medo de si mesmo.


“O poeta é um louco perdido, como já afirmei.

Louco! Que vive alimentando-se do seu inconsciente,

De imaginações que nutrem a sua alma triste.

Dentro dele tudo existe, com exceção dos presentes

Que só a decessa poderá congratular inesquecivelmente —

Essa nascença imortal que, em bocas, será redobrada.”

 

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As minhas obras podem ser encontradas em todas as plataformas digitais (em formato eBook) e também nas principais livrarias, em formato físico.

 

6 - A.C.I.MA.: Que mensagem ou conselho você daria a quem está iniciando sua jornada literária e deseja transformar sonhos em palavras?....

AMILTON CONTÉ – O conselho que eu daria a quem está começando é procurar uma editora. Não importa o preço a pagar — o importante é compreender que ter uma editora abre muitas portas no futuro.

Todos os homens nascem com um sonho, uma realidade e muitos desejos. Podemos ser o que fomos no passado, sonhando alcançar o impossível e o possível, mas a nossa realidade será sempre a mesma aos olhos do mundo.

Hoje, a cada novo amanhecer, o meu coração abre uma página nova para as tristezas vindas do estigma literário — por páginas alheias, certas vezes, preenchidas por bocas sem critérios, desprezo e até insultos de leitores. Pergunto-me, às vezes, para quê acordar o que vive adormecido, quando parece que a literatura é privilégio apenas dos ricos. Todavia, te garanto que vale a pena, porque escrever cura!


7 - A.C.I.MA.: Fale sobre suas obras, trajetória nacional e além fronteiras. Como tem sido a experiência de levar seus trabalhos para o exterior, especialmente com o apoio da A.C.I.MA. Itália?

AMILTON CONTÉ – No cenário nacional, fiquei literalmente sem palavras e com o queixo caído. Foi uma explosão coletiva de emoções e mágoas curadas pela arte — minha comunidade abraçou o livro com amor e alegria. Os outros títulos seguiram o mesmo caminho. Cheguei até a pedir que as pessoas parassem de comprar meus livros se não fossem lê-los, pois suspeitei que muitos o faziam apenas por amizade, e não pela literatura em si.

No plano internacional, a recepção também foi calorosa. Na Suíça, durante uma importante feira do livro, o público acolheu meu projeto de forma inédita, com entusiasmo genuíno.

Já a Itália representa um sonho antigo — a terra de Dante Alighieri e A Divina Comédia, de Padre Bonifácio, Leonardo da Vinci e Michelangelo. É um país que inspira o espírito criador.

 

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Sonhei num sonho feliz, que expressa a sua realidade

Naquele que o sol dorme à sombra do planeta sombrio,

Luar erguendo o brilho deslumbrante sobre o território

Onde residia a esperança dos vampiros e a benignidade

Essa visão que sonhei, fruto da imaginação enxurrada,

Que revolta com o gargantear dos galos barulhentos

Que ergueu a aurora aos meus olhos dos seus lamentos,

Que me despertou daquela andança memorável vivida.

 

8 - A.C.I.MA.: Que legado você gostaria de deixar aos seus leitores, familiares e às futuras gerações? Que mensagem deseja que sua obra transmita ao mundo?

 

Naturalmente, o legado de um Poeta é a sua Obra. Que assim seja! Ser Poeta não se aprende na escola; a gramática sim, o conjugar dos verbos e as redações, mas o Poeta já nasce Poeta. É aquele que consegue conjugar versos ou rimas de forma única e original, transmitindo suas ideias e imaginações. Cada Poeta tem sua própria maneira de narrar e expressar sentimentos, deixando sua identidade marcada no texto, como um carimbo pessoal. Mesmo nas noites mais escuras, reconhece sua própria poesia. Todos os Poetas são iguais em essência e, ao mesmo tempo, absolutamente diferentes. O Poeta é aquele que passa despercebido, ninguém o vê; é aquele que se alimenta da dor e da emoção nos diferentes minutos da escrita. O Poeta é o Poeta. E eu sou o Poeta.

 

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RAPIDINHAS – Um olhar leve e pessoal... Por Amilton Conté. 

 

A.C.I.MA.: Uma saudade que aquece o coração?

AMILTON CONTÉ: Minha natal terra Guiné-Bissau.

A.C.I.MA.: Um sonho que ainda te move?

AMILTON CONTÉ: A publicação dos meus 5 livros.

A.C.I.MA.: Um lugar que marcou sua vida?

AMILTON CONTÉ: Espanha.

A.C.I.MA.: Uma música que toca sua alma?

AMILTON CONTÉ: One love de Bob Marley.

A.C.I.MA.: Uma tristeza que virou aprendizado?

AMILTON CONTÉ: Perda do meu pai Adelino Conté.

A.C.I.MA.: Um som que traz boas memórias?

AMILTON CONTÉ: Temporal do amor de Leandro e Leonardo.

A.C.I.MA.: Um cheiro que desperta lembranças?

AMILTON CONTÉ: Do mar, leva me a África da sua melancolia. 

A.C.I.MA.: Doce ou salgado?

AMILTON CONTÉ: Doce.

A.C.I.MA.: Destino ou acaso?

AMILTON CONTÉ: Destino.

A.C.I.MA.: Quente ou frio?

AMILTON CONTÉ: Quente.

A.C.I.MA.: Seu hobby favorito?

AMILTON CONTÉ: Ler e ver filmes.

A.C.I.MA.: Sua comida preferida?

AMILTON CONTÉ: Peixe, não importa como. 

A.C.I.MA.: O que você ama profundamente?

AMILTON CONTÉ: Minhas filhas.

A.C.I.MA.: O que você não ama?

AMILTON CONTÉ: Lavar louça.

A.C.I.MA.: Um livro que mudou sua vida?

AMILTON CONTÉ: Livro de Mágoas de Florbela Espanca.

A.C.I.MA.: Um filme inesquecível.

AMILTON CONTÉ: Mente brilhante.

A.C.I.MA.: Uma homenagem que gostaria de prestar ou receber.

AMILTON CONTÉ: Almejo ganhar prêmios importantes. Homenageio o meu pai, por não poder acompanhar o meu sucesso. 

A.C.I.MA.: Um momento que guardará para sempre.

AMILTON CONTÉ: Foi a vinda da minha filha Florbela Conté ao mundo.

A.C.I.MA.: Três elementos fundamentais para ser feliz.

AMILTON CONTÉ: Meus livros, minha família e as minhas viagens. 

 

 

 

Gratidão, Poeta Amilton Conté. Sucesso e conexões, LUZ sempre!

Sigamos, conectando Mentes, Culturas e Corações.

 

Sonia Miquelin

A.C.I.MA. Itália

 

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