L’Associazione Culturale Internazionale Mandala persegue i seguenti scopi: sviluppare ed intensificare le relazioni tra la comunità brasiliana, i popoli immigrati e la comunità italiana e internazionale.
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mercoledì 27 febbraio 2019
martedì 26 febbraio 2019
Fotos/ vídeos realizados no VI Encontro Mundial de Escritores Brasileiros no Exterior e conteúdo disponibilizado das palestras de Sonia Miquelin / Mariana Brasil.
Comunicado A.C.I.MA. Itália:
Clicando
no link abaixo você vai ter acesso ao álbum com fotos/vídeos realizados em Lisboa, durante a programação
do VI Encontro Mundial de Escritores
Brasileiros no Exterior, projeto capitaneado pela Professora Else R.
P. Vieira, realizado nos dias 21/22/23 de Fevereiro, na Fundação José Saramago,
Teatro D'A Barraca e Café do Rio.
Um especial agradecimento a divina escritora Nélida
Piñon por sua brilhante palestra, por ter nos proporcionado um dos momentos
mais intensos do VI Encontro Mundia de Escritores Brasileiros no Exterior/2019.
Estendo meus agradecimentos a Andrea Zamorano e Ronaldo Cagiano e a todos os escritores presentes, amigos e afins.
Estendo meus agradecimentos a Andrea Zamorano e Ronaldo Cagiano e a todos os escritores presentes, amigos e afins.
Clique aqui:
Nota
1: Sintam-se à vontade
para compartilhar, baixar imagens, etc... por esse link, uma vez que tudo
já foi cancelando do celular utilizado. Grata.
Nota
2: Para quem desejar ler o conteúdo completo das palestras de Sonia
Miquelin/Mariana Brasil que, por motivos de “força maior” /
(tempo), não foram apresentadas na sua íntegra, continue a leitura abaixo.
A
palavra é sempre Gratidão!
Sonia
Miquelin by A.C.I.MA. Itália
Contato
via e-mail: associazionemandala@hotmail.com
Palestra 1:
A.C.I.MA.
nos Salões e Feiras Literárias Internacionais.
Senhoras
e Senhores, obrigada por vossa presença. Meus
sinceros agradecimentos à Fundação José Saramago (na pessoa
pessoa da Senhora Presidente Pilar Del Rio), e à Professora Else R.
P. Vieira e seus colaboradores, à todas os escritores, amigos e simpatizantes aqui
presentes, é uma honra ter a oportunidade de
compartilhar com vocês um pouco do meu trabalho com a A.C.I.MA.
Itália.
Renovo meus agradecimentos a Gleide Kummli aqui presente, e a Eduardo (Dudu) Santana, por ela representado, pela entrevista / "documentário piloto" sobre O Manuscrito de Sonia, apresentado publicamente pela 1° vez na Fundação Saramago.
Agora vamos falar da
A.C.I.MA. nas Feiras e Salões literários internacionais.
A A.C.I.MA. - Associação Cultural
Internacional Mandala, sonho antigo, cultivado com
carinho, nasceu em 2010, efetivou-se como entidade cultural italiana
em 2011. Por que Mandala? Porque tenho um carinho especial por
mandalas, porque acredito que tudo e todos estamos conectados. Por isso nosso lema é “Conectar Mentes &
Culturas”. Me aperfeiçoei na técnica mandala-terapia, a qual utilizo nos meus
cursos de escrita autobiográfica, um dos trabalhos mais
gratificantes que desenvolvo, auxiliando pessoas de vários países e
nacionalidades na arte de repercorrer a história de sua vida, ou
seja, no exercício de autoconhecimento, a meu ver, o mais
importante dos caminhos, o interior.
Refletindo sobre a minha mandala humana, estar aqui hoje é a prova concreta que realmente tudo está conectado. E sou grata!
Refletindo sobre a minha mandala humana, estar aqui hoje é a prova concreta que realmente tudo está conectado. E sou grata!
Conheci a Professora Else em Roma, em 2010, durante um evento organizado por
Leila Daianis, (querida amiga escritora, residente a Roma), neste
evento, fui convidada para falar sobre meu 1° livro. Poucos meses
depois recebi um convite da Professora Else para vir a Lisboa por
conta de uma cartilha que deveríamos refazer num final de semana, e
assim, foi. Na ocasião que conheci também o querido Poeta Natan
Barreto, aqui presente. Durante nossas conversas relatei à Professora
Else o desejo de fazer um encontro de escritores na Itália, (aliás,
a ideia foi sugerida pela querida Jacilene Brataas) inspirada num precedente
encontro literário em Nova Iorque, e outro que aconteceu na Casa do Brasil na Holanda, em
2009.
E assim foi, juntamos nossos desejos. Sendo já atuante no cenário
literário nacional e internacional por conta do sucesso,
visibilidade e participações em eventos que me rendeu a obra “O
Manuscrito de Sonia”, meu primeiro livro, contava com uma consistente rede
de contatos com escritores, poetas e afins. A Professora
Else Vieira, que já estava também nesse caminho com suas pesquisas
acadêmicas há muitos anos, sobre a literatura realizada por escritores brasileiros residentes no exterior, ou seja: o encontro foi perfeito. Apoiei em todos os sentidos, como
A.C.I.MA. e como Escritora, o começo dessa aventura, e cá
estamos, no IV Encontro Mundial de Escritores no Exterior. Em Lisboa. A bela Lisboa! Uma
alegria enorme!
Por diversos motivos, de força maior, ainda não conseguimos levar
esse encontro para a Itália com a A.C.I.MA., mas, eu espero que isso um dia se torne realidade, uma vez que a A.C.I.MA. desde 2012 tem
eventos literários fixos nos meses de Maio na Itália, por conta da
comitiva de Escritores lusófonos que frequentam o stand
A.C.I.MA. em Turim (Salone Internazionale del Libro di Torino) e as outras atividades culturais que a A.C.I.MA. vem
realizando nos últimos anos.
Voltando à A.C.I.MA., nosso primeiro evento foi um Mostra de
pintura em Volpedo - AL (Piemonte) (com Noriko San e Sonia Miquelin): Cores e Letras do Mundo, em 2010. A seguir, a
A.C.I.MA. se dedicou à promoção, difusão e valorização da
literatura brasileira, especialmente nos Salões Literários. Sendo
sediada na Itália, sobretudo nos concentramos no Salão de Turim, (com seu importante
IBF) – espaço destinado a encontros entre editores internacionais
e agentes literários de todo o mundo. Mas, estivemos presentes nas Feiras de Modena, Milano, e em Frankfurt, em 2013.
O Salão do livro de Turim é a maior manifestação literária italiana e uma
das maiores da Europa, perde somente para Frankfurt (como números de
visitadores e editores presentes), como dito anteriormente, ele acontece sempre no mês
de Maio, e é por esse motivo que a maioria dos eventos anuais da
A.C.I.MA. (mostras, Festival FALAI, tour cultural, etc...),
acontecem em Maio, perto das datas oficiais vinculadas ao Salão do
Livro de Turim. Datas
às quais, evidentemente, pela grandeza do evento, (que em 2019
celebra sua 32° edição), e reúne centenas de milhares de
profissionais e operadores do setor (livro) vindos de todo o mundo, e são datas determinadas pela região Piemonte.
Mas, o que significa ter um stand brasileiro num salão do
livro italiano?
Significa um ato de coragem! Sem nenhum apoio institucional, criamos
uma vitrine para a literatura brasileira contemporânea, sobretudo
aquela produzida por escritores emergentes, que na maioria dos casos,
não tem a chance de mostrar suas produções literárias a um
público internacional.
Com o passar dos anos, introduzimos alguns títulos de autores
brasileiros renomados e atuantes no mercado internacional, (traduzidos ou não), para atender a demanda do
nosso público. Todavia, a maioria das obras apresentadas no stand
A.C.I.MA. no Salão do Livro de Turim, são em idioma original, (língua portuguesa). Esse evento já
conquistou um público específico que retorna todos os anos ao nosso stand, fieis
aos nossos autores e às antologias bilíngues que realizamos
anualmente com temas universais, essas permitem aos brasileiros
residentes na Itália a manterem vivas a nossa amada língua
portuguesa, bem como, ter acesso a livros infantis que auxiliam os
filhos de imigrantes brasileiros a conservarem a língua de herança.
Todos os anos realizamos um catálogo literário em inglês das obras
expostas em nosso stand para a apresentação no IBF, o espaço destinado aos
encontros entre editores e agentes literários internacionais. È um
trabalho de formiguinha, mas, com alegria, ano a ano vemos progressos, não é fácil
vender direitos de obras, mas, para que isso aconteça, é preciso
tentar, é preciso estar no lugar onde os negócios acontecem.
Por esse motivo, também em 2018, estivemos na FIL de Guadalajara, com stand próprio (em parceira com a Rede Sem Fronteiras), foi uma experiência bastante interessante sob alguns pontos de vista. (Beti Rozen, escritora brasileira residente nos Estados Unidos, aqui presente, também esteve conosco na FIL de Guadalajara) e pode ver o grande interesse que o povo mexicano tem pela literatura brasileira. As tratativas são longas e nem sempre chegam a bom fim, mas, vale muito a pena tentar e ter a visibilidade proporcionada por essas vitrines internacionais nos Salões e Feiras Literárias internacionais. Atualmente estamos dando início às tratativas com a Feira do Livro de Lisboa e da Espanha, uma vez que existe o desejo de estarmos presentes proximamente com o stand A.C.I.MA. nesses países.
Por esse motivo, também em 2018, estivemos na FIL de Guadalajara, com stand próprio (em parceira com a Rede Sem Fronteiras), foi uma experiência bastante interessante sob alguns pontos de vista. (Beti Rozen, escritora brasileira residente nos Estados Unidos, aqui presente, também esteve conosco na FIL de Guadalajara) e pode ver o grande interesse que o povo mexicano tem pela literatura brasileira. As tratativas são longas e nem sempre chegam a bom fim, mas, vale muito a pena tentar e ter a visibilidade proporcionada por essas vitrines internacionais nos Salões e Feiras Literárias internacionais. Atualmente estamos dando início às tratativas com a Feira do Livro de Lisboa e da Espanha, uma vez que existe o desejo de estarmos presentes proximamente com o stand A.C.I.MA. nesses países.
Durante a minha trajetória literária (como escritora) ganhei bastante experiência
com as publicações em outros países, (sou publicada em 8 idiomas),
sobretudo, a experiência angariada com os contratos mais complexos e
volumosos que ultrapassaram vendas de direitos de mais de 20 mil
exemplares e publicações em outros formatos, como áudio livros e afins, me capacitou a compreender o passo a passo das vendas de
direitos e assim desenvolver esse trabalho com conhecimentos reais.
A.C.I.MA. é uma Ponte Cultural no eixo Brasil - Itália.
Particularmente, nesse ano de 2019, será a primeira vez que faremos
o caminho inverso, ou seja, a A.C.I.MA. Itália, em parceira com a
Editora SAHAR do Brasil, publicará um escritor italiano no Brasil e,
no nosso próximo encontro, espero ter a possibilidade de poder compartilhar
convosco também está experiência.
Bem, na verdade, eu entendi que não basta ser escritora, tampouco
basta ser editora ou promotora cultural, é necessário sempre se
reinventar, não desistir da luta pelos nossos sonhos. E marcar
presença nos Salões e Feiras Literárias Internacionais é um bom caminho, temos
que estar onde as pessoas compram livros. Hoje, esse é o meu
trabalho. Um trabalho que amo! Creio que a força do Movimento A.C.I.MA. seja seu conceito, ou seja, acreditar e (fazer), cinete que é sim possìvel...
Para concluir, compartilho com vocês uma nova criatura, uma
ramificação da A.C.I.MA. Itália, o recém-nascido: Festival
FALAI.
O que é o Festival FALAI?
Porque FALAI?
Porque FALAI?
Primeiramente porque gosto de siglas, é nítida
a força do significado da sigla A.C.I.MA. (abreviação da entidade que represento), não
somente pelo seu significado em nossa (língua portuguesa), como pela sua identidade humana, claramente
evidenciada no nosso inspirador LOGO, uma mulher/árvore, suas raízes
e ramos verso o horizonte. O Feminino, que contrariando as
estatísticas, nas tradicionais antologias bilíngues da A.C.I.MA., 90%
dos textos publicados são de mulheres, mulheres corajosas e cientes de seu papel na sociedade, mulheres que acreditam em
suas produções e não temem ultrapassar fronteiras.
Inspirador porque? Ah... essa é uma outra história... (não temos
tempo para isso, sigamos e voltemos ao Festival FALAI, a sigla
do Festival Artístico Literário A.C.I.MA.
Internacional, nos remete a um festival itinerante onde artistas, sejam esses das letras, cores, música ou afins: FALAM e são
escutados. E o que mais precisamos é isso: sermos
escutados!
O Festival FALAI debutou com sucesso em Maio de 2018, em
Milão, no centro Cultural de Milão, prestigioso espaço cultural ao
lado do Duomo de Milão.
Sua segunda edição aconteceu em dezembro
de 2018, em São Paulo, Brasil.
E o terceiro Festival FALAI
será na Holanda, dos dias 13/14 à 17 de Maio 2019, evento realizado
com o apoio de Josane Mary Amorim e Wilma Kun.
A seguir teremos
também na Holanda, o I encontro oficial da Confraria das FADAS... Confraria das Fadas das Letras? Essa também é uma
outra história...
Sejam bem vindos aos eventos da A.C.I.MA., Itália, será
uma honra tê-los conosco!
Vocês sabem onde me encontrar. Muito
obrigada!
Sonia Miquelin
23 de fevereiro 2019 – Lisboa – Portugal
VI Encontro Mundial de Escritores no Exterior.
Palestra 2:
EU e ELA
De quem é a voz que se manifesta na
minha escrita?
Busquei incansavelmente uma maneira de falar
sobre a questão “Eu e Ela”, realidade que constituiu e norteia a minha
produção literária, que na verdade, do ponto de vista humano, consiste na minha
busca pessoal, que por ora, parece infinita.
Confesso que por um momento senti medo de mais
uma vez me desnudar, ciente que dessa vez não exporia meu corpo (medo
inexistente por conta de uma história vivenciada), mas sim, senti medo, porque
através da palavras mostraria a nudez da minha alma, consciente que seria publicamente,
na Casa de Saramago. Pensei: que honra! O sentimento que faz de moldura a esse
momento, é pura “Gratidão”. Então, imaginei o encontro, palavras
expressas com sentimentos, verdades “carinhosamente” escondidas nas
entrelinhas, celebrei olhares cúmplices entre fadas de uma lúdica confraria,
senti a energia que vibrava no ambiente, mente e coração, senti cheiro de
livros, retribui sorrisos sinceros, ouvi música de almas presentes, e não. Que
sonho bom que foi!
Assim, decidi escrever essa breve carta a um
destinatário específico e compartilhar com meus colegas. Tentarei ser breve,
uma vez que todos nós fomos orientados a respeitar o tempo estabelecido para
essa apresentação de, no máximo, “10 minutos”. Prometo que no máximo será “11
minutos”, tempo suficiente, vos garanto!
EU e ELA
Cenário: Uma sala grande, um palco, uma imagem na tela,
um público com olhos e ouvidos atentos, cartazes com fotos e frases de um homem
que, através de seus pensamentos e palavras escritas, continua vivo em nossa
mente. No canto esquerdo do palco, uma luz, talvez um reflexo, uma concentração
de energia que se difere em meio ao todo, talvez um espírito, não sei, cabe
sempre a cada um decidir o que deseja ver ou enxergar...
Frase: Leio uma frase, trecho do livro: Ensaio
sobre a Cegueira – José Saramago.
Eu: Faço os devidos agradecimentos, interiormente e
em voz alta, certa de que palavras sobram diante da alegria que sinto por estar
vivenciando um momento que julgo importante da minha história. Penso e sorrio
interiormente diante de um pensamento recorrente de uma das vozes que moram na
minha mente. Essa voz, repete baixinho: o que temos é somente a nossa história,
claro, podemos possuir coisas, muitas coisas materiais, mas a única coisa que
nos pertence, de fato, é a nossa história. O que norteia a vida é dar um
sentido a essa história.
Ela: Arrepiada dos pés à cabeça, percebo sua
chegada. Ela se manisfesta de dentro, através de uma voz controlada, vibrante,
quase zombeteira, ela sussurra: parabéns, é bom te ver feliz e segura
daquilo que está fazendo... (ouço sua gargalhada) e ela continua: viver
do seu lado do espelho tem desses rituais, muda somente o palco do teatro,
porém, jamais se esqueça, é sempre um teatro, cada qual tem seu papel
determinado nesse enredo, por favor, jamais se esqueça disso! Já que você
decidiu mesmo me anular, deixe-me apenas dizer que você está certa, o que temos
mesmo é somente a nossa história... Ah... quantos panos já vestimos (ou
tiramos) juntas, (ouço outra vez sua gargalhada), consigo enxergá-la diante
de mim, como uma sombra destacada e ao mesmo tempo unida visceralmente, percebo
como seus olhos brilham, parecem um poço infinito, espelho cintilante... e ela
continua, afirmando: em qualquer palco deste mundo, juntas, somos mais fortes
e sobreviveremos!
Ação: Levanto a cabeça, a ignoro, vejo sua imagem se
desintegrar diante de meus olhos, já não escuto mais sua voz controlada e
vibrante, apenas o seu eco... então continuo minha fala... Aponto para a imagem
na tela, o logo da A.C.I.MA. (uma árvore mulher), o feminino onipresente,
presente de minha parte melhor, (meu filho). Ao lado, um cartaz com dezenas de
livros que escrevi, organizei, e a capa do meu novo livro, intitulado: Híbrida.
Começo e ler a carta que escrevi a Saramago com
a frase retirada de um trecho de seu livro: Ensaio sobra a Cegueira.
EU e ELA
“Por que foi que cegamos, Não sei, talvez um
dia se chegue a conhecer a razão, Queres que te diga o que penso, Diz, Penso
que não cegamos, penso que estamos cegos, Cegos que veem, Cegos que, vendo, não
veem”.
José Saramago / da obra: Ensaio sobra a
Cegueira
Ah... Maestro Saramago...
Será que sou mais uma cega que ousou
ver?
Ou, mesmo achando que vejo, sou uma
mera cega que nada enxerga?
Não sei!
Mas, vou lhe contar um pedacinho
desta história, a minha...
Amo viajar! Viajei muito! Confesso, nessas
andanças me encantei pela diversidade dos cenários, realidades, possíveis
sentidos e possibilidades que por aí encontrei. Portanto, demorei um tempão
para compreender que o único itinerário capaz de me libertar da cegueira
coletiva que encontrei sendo parte de uma legião de marionetes devidamente
programadas, era aquele interior. A meu ver, não existe outro caminho, somente
o autoconhecimento, por mais doloroso que seja, purifica. Percorri um caminho
profano, (não me orgulho disso), mas não o renego, (faz parte do que sou), foi
necessário percorrê-lo para que eu pudesse, pelo menos, intuir o “sagrado”.
Penso que viajar é sair do próprio casulo na
tentativa de ver o mundo de forma diferente, perseguindo sempre a resposta para
a mais perturbadora das perguntas que nos une como seres humanos: Quem
sou eu?
Quem sou eu? - Segundo minha modesta capacidade de
enxergar a vida, (a minha vida), essa pergunta que nos acompanha desde a noite
dos tempos, para a maioria de nós, “gentes”: pobres, ricos, plebeus ou
governantes, analfabetos ou acadêmicos, maestros, artistas ou artesões,
fisicamente belos ou menos, pensadores, cientistas, teólogos, filósofos,
escritores, religiosos, homens e mulheres, meretrizes ou senhoras,
colonizadores ou colonizados, leitores, realistas, sonhadores, ou não, etc...
enfim, esta lista poderia ser infinita, e de fato, não importa, uma vez que o
personagem que interpretamos nessa viagem humana, (por mais que se negue), na
maioria dos casos, é escravo do próprio ego.
Eu e Ela? De quem é a voz que se manifesta na
minha escrita?
Não sei exatamente como, porque, nem quando e
de quem é a voz que se manifesta na minha escrita, mas sei, que a esse ponto do
caminho, (do meu caminho), não posso mais dissociá-las. Criador ou criatura.
Uma é madre outra é filha, e os papéis podem se inverter quando criador ou
criatura estão (se sentem) em perigo no teatro da vida. Na minha escrita, não
sei quando estou dentro ou fora do espelho, uma vez que dos dois lados, elas me
falam. Certas vezes dialogamos, nos questionamos, até brigamos, nos mordemos,
ou apenas, silenciosamente, choramos juntas. Provavelmente meus colegas
estudiosos ou pesquisadores da minha escrita, curiosos e afins, podem
dar um nome diferente e específico ao que aqui vos digo, por ora, minha percepção humana
consegue apenas nominá-las: “Eu e Ela”.
Quem sou Eu? Ou quem é Ela?
Pergunta irrespondível. Sou Eu e Ela. Me sinto Híbrida...
Precisamos
transbordar. Viver!
Ah... Maestro Saramago...
“Gratidão”...
Sonia
Miquelin / Mariana Brasil
23 de Fevereiro
2019 – Lisboa – Portugal
VI Encontro
Mundial de Escritores no Exterior
Fundação José Saramago
E-mail: associazionemandala@hotmail.com